São José dos Campos, Quinta, 14 de janeiro de 1999

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SAÚDE
Para prefeitura, 3 produtos não são encontrados; Gapa tem lista com 12
S. José tem falta de remédio usado por doente com Aids

da Folha Vale

Três medicamentos utilizados por pacientes com Aids no combate a doenças oportunistas (contraídas devido à queda da resistência do organismo) estão em falta na rede municipal em São José dos Campos desde do dia 1º. A informação é da prefeitura.
Já o Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de São José divulgou ontem uma lista denunciando a escassez de 12 remédios.
De acordo com a entidade, os usuários estão tendo dificuldades em encontrá-los desde o final de dezembro. A denúncia foi feita em uma reunião realizada anteontem e que teve a participação de 16 pessoas. "Alguns remédios não são específicos para a Aids, mas são indispensáveis para o tratamento da doença", disse o coordenador do Gapa, Luciano Toledo.
A Secretaria da Saúde confirma a falta de três dos remédios -o vitamínico Poliviti, o antibiótico Bactrin, usado contra pneumonia e infecções, e o quimioterápico Sulfa de Azina, utilizado contra toxoplasmose (infecção) cerebral.
Segundo a prefeitura, a remessa dos dois últimos remédios deverá estar chegando hoje. O outro tem chegada prevista para amanhã.
A administração está adquirindo 10 mil unidades de Sulfa de Azina, 70 mil de Bactrin e 15 mil de Poliviti. O consumo médio mensal dos produtos é de, respectivamente, 2.000, 20 mil e 4.000 unidades.
O atraso aconteceu, segundo a prefeitura, devido à impossibilidade de os remédios serem comprados em dezembro. O pedido foi feito no início deste ano para que os custos fossem retirados da verba do Orçamento de 99.
Depois de feito o pedido, os laboratórios têm prazo de 15 dias para a entrega dos medicamentos.
"Não temos a informação de que os outros remédios listados pelo Gapa também estejam faltando", disse a coordenadora do programa municipal DST-Aids (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Eni Pestana.
Segundo ela, o ideal é que os pacientes tomem os medicamentos diariamente. "A falta durante duas semanas não deverá comprometer o tratamento. Se a situação estivesse mais grave, a prefeitura faria uma compra emergencial."
A balconista T.D.M.F., 24, usa os remédios da rede municipal há seis meses. Além do Bactrin e do Poliviti, ela precisa do Daraprim (para evitar toxoplasmose). "Precisei recorrer a farmácias comunitárias e a doações para poder continuar tomando os medicamentos."



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