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AMBIENTE
Tambores com tintas e solventes explodiram em local onde catadores de lixo manuseiam resíduos sólidos
Promotoria apura lixo tóxico em Jacareí
DA FOLHA VALE
O Ministério Público de Jacareí
abriu um procedimento investigatório para apurar o depósito de
lixo tóxico em um aterro clandestino localizado entre os bairros
Cidade Nova Jacareí e Veraneio
Ijal, em Jacareí.
A investigação foi aberta pela
promotora Cristina Godoy de
Araújo Freitas, após a publicação
de reportagem na imprensa local
e o envio de reclamação por um
morador à Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental).
Vistoria feita pela Cetesb no local no dia 3 de março constatou a
existência de 27 tambores, com
volume de 200 litros cada um,
contendo resíduos de produtos
químicos inflamáveis, a maioria
borra de tinta e solventes.
Em laudo que será enviado na
próxima semana ao Ministério
Público, a Cetesb informou que
pelo menos 22 tambores estavam
em processo de combustão e alguns haviam explodido.
No laudo, a Cetesb informa, ainda, que a área onde os tambores
foram dispostos é "um local onde
se observa a presença constante
de catadores".
Durante a inspeção, técnicos do
órgão encontraram dois adultos e
duas crianças (de 10 e 8 anos) catando lixo próximos à área onde
havia ocorrido a explosão de tambores, com a liberação de fumaça
intoxicante.
A Cetesb precisou pedir ajuda
ao Corpo dos Bombeiros, para
apagar o fogo, e de empresas da
região, como a Cognis, Rohm and
Haas e a Cebrace, para remover os
tambores.
Segundo a Cetesb, o lixo estava
sendo depositado no local pela
empresa Wellington Eiji Furusawa e era proveniente da empresa
Metalúrgica Barra do Piraí, com
sede Matão (SP).
As empresas foram notificadas
e retiraram o lixo do local.
A Wellington Eiji é contratada
pela metalúrgica para recuperar
as borras de tintas e solventes da
empresa, o que não foi feito.
A Cetesb de Jacareí encaminhou à agência da companhia de
Araraquara, que responde pela
região de Matão, um comunicado
sobre o procedimento da metalúrgica em relação aos seus resíduos, o que resultou em uma
multa de R$ 39.320 mil para a empresa.
"Ela é a responsável pela idoneidade da empresa que contrata para cuidar de seus resíduos químicos. Se a Wellington não tomou as
providências necessárias, ela acaba pagando por isso", disse o gerente da agência da Cetesb de Jacareí, José Roberto Schmidt.
Segundo o gerente, a Wellington não soube responder à Cetesb
porque a carga foi descarregada
no local. A Folha não consegui
contato com a empresa.
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