São José dos Campos, Sexta-feira, 15 de Junho de 2001

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O PODER DO CRIME
Advogado diz que presos devem ir para Brasília
Líderes do PCC podem deixar Taubaté

DA FOLHA VALE

Os dez líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) que foram enviados da PCE (Penitenciária Central do Estado) do Paraná para a Casa de Custódia de Taubaté podem ser transferidos novamente, agora para o Distrito Federal.
Entre os líderes do partido que foram levados para a Custódia está Gilmar Ângelo Santos, o Mama, o braço direito de José Márcio Felício, o Geléia.
Geléia, que está na penitenciária de Avaré, é apontado como o responsável pela rebelião no Paraná e pelo sequestro da médica Eulália Pedrosa de Almeida, filha do diretor da Custódia, José Ismael Pedrosa.
Um dos advogados do PCC, Anselmo Neves Maia, disse que os líderes do comando não concordam com novas transferências e podem iniciar uma nova rebelião se forem levados para o presídio da Papuda, em Brasília.
O advogado visitou ontem Mama, em Taubaté, e Geléia, em Avaré, e disse que os detentos estão bem fisicamente, mas foram proibidos de receber objetos pessoais e cigarros até segunda-feira.
Para outro advogado do comando, Jerônimo Ruiz Andrade Amaral, que participou das negociações no Paraná, a atitude do governo revela um contra-senso e desobediência à Lei de Execuções Penais.
A lei prevê a prisão em unidades próximas à família do preso. Segundo ele, se houver transferências, o Estado terá que arcar com as despesas de familiares dos detentos.
"Isso não está correto. O Estado vai estar somente transferindo problemas", disse.

Aliado
Maia disse que o PCC não abandonou o projeto de eleger um deputado federal e fundar um partido político.
Segundo ele, o comando tem encontrado dificuldades para escolher um deputado que assuma que represente os interesses dos presos.
O advogado afirmou que os líderes do comando decidiram então lançar o nome dele próprio para deputado federal pelo partido da comunidade carcerária.
Segundo ele, a legenda e a candidatura já teriam garantidas 500 mil votos de familiares dos 100 mil detentos que estão em unidades prisionais paulistas.
"Somente quando houver um deputado eleito pelo partido o detento conquistará o direito ao voto", disse.


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