São José dos Campos, Sábado, 15 de agosto de 1998

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POLÍCIA
Francisco de Assis Pereira foi transferido ontem do DHPP, São Paulo, para a Casa de Custódia de Taubaté
Remoção de motoboy atrai 2.300 pessoas

Claudio Capucho/Folha Imagem
Movimentação de pessoas em frente à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté


KARINA OGO
da Reportagem local
ANDRÉ LOZANO

em São Paulo

A transferência do motoboy Francisco de Assis Pereira, 30, de São Paulo para Taubaté, foi acompanhada por cerca de 2.300 pessoas. Foram registrados tumultos e congestionamento. Uma pessoa foi presa por desacato.
Pereira deixou o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), onde estavam cerca de 300 pessoas, às 13h06 em uma camionete Blazer da Polícia Civil e chegou à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté -um presídio de segurança máxima- às 14h20.
Em São Paulo, a tensão em frente ao DHPP, na rua Brigadeiro Tobias, no centro de São Paulo, amentou quando 20 policiais civis criaram um cordão de isolamento entre a porta principal do departamento e o bagageiro do carro que transportaria Pereira.
Quando Pereira se aproximou do cordão de isolamento, começaram os gritos de "lincha, lincha". Cerca de 300 manifestantes se espremiam em volta do carro. Um deles chegou a subir no capô do veículo. Assim que o motoboy entrou no carro, um manifestante gritou: "O desgraçado ainda vai de Blazer". "Esse já era, não vai sobreviver muito tempo", disse outro manifestante.
Os xingamentos eram acompanhados de socos no vidro do carro. Depois que o veículo com o motoboy partiu, os manifestantes ainda gritavam: "U, vai morrer", e também "e, e, e, estuprador tem que morrer".
Em Taubaté, cerca de 2.000 pessoas se aglomeraram em frente à Casa de Custódia. Houve tumulto, congestionamento nas ruas próximas ao local, na avenida Amador Bueno da Veiga, e a detenção de uma mulher por desacato à autoridade.
As pessoas gritavam palavras de ordem, como "Justiça", "lincha, lincha", "assassino", e batiam na lataria dos carros da Polícia Civil quando eles se aproximavam da entrada da Casa de Custódia.
No momento que os veículos de São Paulo chegaram e estacionaram na entrada principal da Casa de Custódia não havia isolamento policial, apenas um cordão que separava a população.
O carro com Pereira usou um portão lateral da Casa de Custódia e desviou da aglomeração.
A PM começou a monitorar o local a partir das 11h com oito policiais.O trânsito da avenida em frente à Casa de Custódia foi desviado por volta das 13h30 devido à aglomeração de moradores.Quando o motoboy chegou, havia 40 homens da PM.




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