da Reportagem Local

Pelo menos dois secretários do governo Emanuel Fernandes (PSDB) podem deixar seus cargos nas próximas semanas devido à pressão dos vereadores de São José ou por motivos pessoais.
O secretário dos Transportes, Dario Rais, está sendo "assediado" pela equipe de coordenação do programa de governo para a candidatura à reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A Folha apurou que Rais deve deixar a administração de São José dos Campos.
Ele esteve anteontem em Brasília e deve voltar na próxima semana.
O secretário disse ontem que foi chamado "apenas para falar da área de transporte" e nega estar deixando São José. "O prefeito ainda não me chamou para declarar minha exoneração", brincou.
Para ocupar a pasta da Educação, a administração municipal teria feito um convite a duas professoras da Univap (Universidade do Vale do Paraíba).
O atual secretário Aydano Carleial evitou comentar os possíveis convites para substituí-lo.
"Não tenho nenhuma preocupação a respeito disso", afirmou.
Os convites às professoras da Univap foram confirmados ontem por duas pessoas da universidade e por um empresário de São José.
Se depender dos vereadores, as mudanças no primeiro escalão da prefeitura serão mais amplas.
Um grupo está pedindo ao prefeito que mude também as secretarias da Administração e Governo.
No final da semana passada, oito vereadores estiveram reunidos com Emanuel para tratar do assunto. Segundo Florivaldo Rocha (PSL), o prefeito disse que "há interesse" em fazer mudanças.
"Nós alertamos o prefeito para a necessidade de se fazer algumas alterações, porque o governo está sem sintonia", disse Rocha.
Ele citou o caso do assessor Mário Sarraf, que se demitiu por divergências com o vice-prefeito, Ednardo de Paula Santos (PSDB).
A saída de Sarraf, na avaliação dos vereadores, foi o início de uma reformulação no governo.
"O prefeito tem que montar uma equipe capacitada para melhorar o município", disse Santos Neves (PTB).
O prefeito não confirmou a previsão de mudanças no secretariado. Ele disse desconhecer os convites feitos às professoras da Univap.
Para tentar resolver o impasse com os vereadores, Emanuel disse que "vai tentar montar uma base de sustentação mais firme na Câmara, para fazer a política da convicção".
A pressão dos vereadores para mudanças no secretariado começou no final do ano passado. Eles reclamavam das dificuldades em conversar com os integrantes do primeiro escalão.
No início deste ano, os vereadores resolveram criar o grupo dos 11 para forçar os diálogos com a administração. As divergências internas, no entanto, inviabilizaram as ações do grupo.



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