da Folha Vale

A Panasonic do Brasil divulgou ontem que vai investir US$ 20 milhões (R$ 38 milhões) até março de 2000 na construção de uma nova fábrica em São José dos Campos.
A empresa será a primeira do grupo a produzir pilhas alcalinas no país. As outras unidades da Panasonic que fabricam este tipo de produto ficam no Japão, Bélgica e Estados Unidos.
De acordo com o gerente de relações públicas da empresa, Pedro Matsumura, devem ser gerados 120 empregos diretos. O número total de vagas indiretas que serão abertas ainda não foi estimado.
"Estamos investindo em estudos para desenvolver matéria-prima a ser fabricada no país. Isso também vai gerar empregos."
Matsumura disse que a produção será voltada para o Brasil e América do Sul, área que recebia o produto dos Estados Unidos.
O anúncio do investimento foi feito ao prefeito de São José, Emanuel Fernandes (PSDB), na última sexta-feira pelos presidentes da Panasonic no Brasil, Masahiko Kitagawa, e no Japão, Yoji Kajikawa, durante uma visita ao município.
A diretoria da empresa está negociando com a administração municipal possíveis isenções de impostos, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), como forma de incentivo.
A área de 5.000 m2 onde será feita a construção da nova unidade é do próprio grupo e fica às margens da via Dutra, ao lado da fábrica já existente da Panasonic na cidade.

Produção
Segundo Matsumura, a direção prevê fabricar no primeiro ano de funcionamento da Panasonic no Vale 50 milhões de unidades de pilhas alcalinas.
Isso representa o equivalente à produção de um mês e meio, em média, da empresa já existente em São José dos Campos, que fabrica pilhas de manganês. São produzidas entre 30 milhões e 35 milhões de unidades por mês desse tipo de produto.
O gerente de relações públicas disse que a desvalorização do real foi benéfica para a exportação da empresa, que representa 50% da atual produção de pilhas no país.
A Panasonic emprega 500 funcionários em São José.
A fábrica também produz materiais metálicos e plásticos para a unidade em Manaus, que tem 300 empregados.
Uma das principais diferenças entre a pilha de manganês e a alcalina é que a segunda tem uma duração quatro ou cinco vezes maior.
Em países desenvolvidos, o consumo dos produtos fabricados com manganês, considerado mais poluente, representa entre 25% e 30% da produção total.
O índice de consumo é o inverso nos países considerados em desenvolvimento. (LUCIANA CONSTANTINO)


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