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ADMINISTRAÇÃO
Prefeito de Pinda é indiciado por desobediência e multado por crime ambiental; oposição quer cassá-lo
Polícia apura ação de Lerário em lote
JOSÉ BENEDITO DA SILVA
da Folha Vale
O prefeito de Pindamonhangaba, Vito Ardito Lerário (PSDB),
terá de prestar depoimento à Delegacia Seccional de Taubaté para
explicar a utilização de quatro
funcionários da prefeitura na limpeza de um loteamento de sua
propriedade em uma área de preservação ambiental.
No último dia 8, policiais flagraram servidores da divisão dos serviços municipais da Secretaria de
Obras limpando, durante o horário de expediente, o loteamento
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que pertence ao prefeito e
estava embargado pela Polícia
Florestal.
Se for condenado, Lerário pode
ser preso por um período de 15
dias a seis meses e pagar uma
multa, de acordo com o artigo 330
do Código Penal.
O embargo administrativo foi
decretado porque parte do loteamento fica na mata dos Padres,
em área de proteção ambiental.
Em 96, quando ainda não era prefeito, Lerário foi multado pela Polícia Florestal porque desmatou
parte da área protegida.
A multa foi transformada em
advertência pelo DPRN (Departamento de Proteção dos Recursos
Naturais) da Secretaria de Estado
do Meio Ambiente com a condição de que não houvesse reincidência.
Devido ao novo flagrante, foram feitos três boletins de ocorrência por desobediência contra
Lerário -dois da Polícia Florestal
e um da Polícia Civil- e aplicadas duas multas por danos ambientais.
O delegado Vicente Lourenço
Lagioto, do 1º Distrito Policial de
Pinda, disse que a ocorrência foi
enviada para a Delegacia Seccional. "Como prefeito, ele tem direito a foro privilegiado."
Segundo Lagioto, como o delito
cometido prevê pena inferior a
um ano, não será aberto inquérito, mas um termo circunstanciado em que serão colhidos os depoimentos de Lerário, dos quatro
servidores e dos policiais que participaram da ocorrência.
"Está tudo bem, eu não fiz nada
de errado", disse Lerário, que afirmou que vai prestar os esclarecimentos à polícia.
O loteamento fica no bairro do
Socorro e tem cerca de 72,6 hectares, dos quais seis ficam em área
de preservação ambiental.
Foi próximo ao loteamento que
Lerário iniciou a construção do
anel viário, obra que visa desafogar o tráfego no centro da cidade.
Adversários políticos de Lerário o
acusam de ter escolhido o local
para valorizar seu patrimônio.
O vereador de oposição André
Raposo (PPS) disse ontem que o
crime pode resultar até na abertura de uma comissão processante e
na cassação do mandato do prefeito.
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