São José dos Campos, Sexta-feira, 19 de Novembro de 1999

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BLITZ
Sindicato faz representação contra instalação de 360 equipamentos de vídeo
DRT fiscaliza câmera da Embraer

free-lance para a Folha Vale

Dois fiscais da DRT (Delegacia Regional de Trabalho) de São José dos Campos fizeram uma fiscalização na Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) ontem à tarde para verificar as denúncias do Sindicato dos Metalúrgicos sobre as câmeras de vídeo instaladas na empresa.
Segundo o sindicato, as cerca de 360 câmeras começaram a ser colocadas no último dia 7, depois que os funcionários participaram de assembléias para discutir a campanha salarial.
A entidade analisa a atitude como represália à mobilização da categoria e forma de repressão aos operários e afirma que o clima dentro da empresa entre os funcionários é de terror, devido às constantes ameaças de demissão.
Diante da situação, o sindicato entrou com representação no Ministério Público contra o que considera uma "afronta aos princípios de liberdade dos trabalhadores" e fez um pedido de fiscalização à DRT.
Os fiscais que estiveram na fábrica ontem pediram à direção da Embraer um mapa da localização dos equipamentos, a divulgação da quantidade de câmeras e uma declaração dos motivos que motivaram sua implantação.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos e funcionário da Embraer, Marco Antonio Ribeiro, considera a instalação das câmeras para monitorar a linha de produção e o restaurante, entre outros setores, um desrespeito para com os trabalhadores.
"A Embraer é a única empresa que não negocia com os funcionários e que gasta mais de R$ 300 mil para vigiá-los", afirmou o sindicalista.
Segundo ele, cada equipamento custou R$ 900 para a empresa.
A assessoria de imprensa da Embraer havia informado anteontem à Folha que a instalação dos equipamentos faz parte da política de segurança da empresa. Ontem, no entanto, a assessoria de imprensa não se manifestou sobre a vistoria feita pela Delegacia do Trabalho.


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