|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ECONOMIA
Nos últimos dez anos, segundo a prefeitura, mão-de-obra do setor industrial cai da casa dos 50% para os 20%
Serviço substitui indústria em S. José
MARCELO PEDROSO
da Folha Vale
Em um período de dez anos, o
perfil econômico de São José dos
Campos sofreu uma inversão radical. Hoje, 51% da mão-de-obra está
concentrada no setor de serviços e
24% na área industrial -percentuais que estavam em situação
oposta no final da década de 80.
Os dados são da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico. Só no setor hoteleiro, dez
empreendimentos estão sendo
planejados ou já estão em fase final, o que representa um investimento em torno de R$ 50 milhões.
O Sinhores (Sindicato dos Bares,
Hotéis e Restaurantes) de São José
estima que serão gerados nos próximos quatro anos entre 8.000 e 10
mil empregos no setor.
"Temos 1,7 milhão de consumidores no Vale, litoral norte e sul de
Minas. As empresas têm muitos
técnicos de fora sendo treinados
aqui. Tudo isso gera uma demanda
na área de negócios e lazer", afirmou o assessor de Planejamento
Estratégico e Informações da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Agliberto Chagas.
Segundo ele, somente nos últimos dois anos foram investidos R$
175 milhões nas áreas de comércio
e de serviços, com a geração de
4.400 empregos diretos.
O motivo apontado para o crescimento no setor são os crescentes
níveis de automação das indústrias, que empregam cada vez menos pessoas, mas ainda são responsáveis por 50% da arrecadação
do município.
Para atender a consequente demanda por mão-de-obra especializada, universidades e institutos
têm providenciado a formação de
profissionais na área.
O Instituto MDG de Ensino, juntamente com a Faap, inicia em
agosto a formação dos primeiros
160 alunos nas disciplinas de Administração Hoteleira e Comércio
Exterior. "Não existe mão-de-obra
qualificada neste momento", disse
um dos diretores do instituto, Carlos Eduardo de Grande.
A Prefeitura de São José dos
Campos também está procurando
incrementar as atividades na área
de serviços, por meio da articulação para a realização de novos cursos profissionalizantes e desenvolvimento do Comtur (Conselho
Municipal de Turismo).
O presidente da entidade, Joaquim Maria Botelho, afirmou que
estão sendo realizadas oficinas de
trabalho para qualificação profissional dos membros que integram
o Comtur. "Para que esse plano seja implementado de maneira adequada, tem de se fazer as coisas devagar, mas corretamente."
O incremento dessas atividades é
visto positivamente pelas entidades sindicais, mas não como solução para o problema do desemprego. O presidente do sindicato dos
Metalúrgicos de São José, Antônio
Donizete Ferreira, disse que não
adianta gerar demanda se o mercado consumidor está em crise.
"Se a indústria de hotéis e supermercados está crescendo, tudo
bem, é bom que existam alternativas. Mas você precisa vender esses
produtos para alguém."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|