São José dos Campos, Domingo, 21 de março de 1999

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EDUCAÇÃO 2
Dinheiro dos pais é usado para contratar vigias e reparar estragos provocados pela chuva, por exemplo
Escolas montam sistemas de segurança

da Folha Vale

Segurança e obras são os dois principais setores em que associações de pais aplicam verbas em São José dos Campos e Jacareí.
Das nove escolas estaduais e municipais ouvidas pela Folha, três afirmaram priorizar segurança e outras três a realização de obras com os recursos obtidos.
Na unidade Dorothoveo Gaspar Vianna, no Jardim das Indústrias, em Jacareí, as chuvas causaram a queda do muro do estabelecimento, que foi recuperado com o dinheiro da APM.
"Ainda falta pagar uma parte das obras. Usamos o dinheiro da APM", afirmou o diretor Antonio Carlos de Carvalho.
Segundo ele, que não divulgou o valor da obra, a escola está totalmente murada para evitar contato dos alunos com "pessoas de fora".
"Se alguém estranho quiser entrar na unidade, terá que ser encaminhada diretamente para a secretaria e com isso teremos a identificação, evitando problemas", disse.
O diretor da escola estadual Hélio Augusto, José Antonio Braga Barros, disse que a AAE (Associação de Amigos de Escola) do bairro ajuda a suprir carências da escola.
"Temos conseguido investimentos do poder municipal, mas foi graças à parceria com a comunidade que conseguimos comprar as grades colocadas na escola."

Prioridade
Segurança é uma das prioridades do diretor da escola estadual Francisco Gomes da Silva Prado, Gilmar Fava, em Jacareí.
"Temos 10.600 m2 construídos em uma área total de 18.000 m2. Precisamos de uma equipe de segurança, que é mantida com os recursos da APM."
Quando Fava assumiu a escola, no início deste ano, a direção da unidade registrava com frequência reclamação de alunos e professores que eram ameaçados por grupos. Além disso, havia ocorrência de depredações e roubos no local.
A unidade tem 3.400 alunos, sendo que 1.420 estudam à noite. Fava alega a escola tem uma defasagem de 20 funcionários.
Na escola estadual João Cruz, no Parque Califórnia, a diretora financeira da APM, Nair Aparecida, disse que a insegurança no bairro levou a associação a montar um estacionamento no estabelecimento para carros e motos, além de setores para guardar bicicletas.
"Temos um espaço destinado para esse fim. Quem quiser utilizá-lo contribui com a entidade. As bicicletas também ficam na escola. A gente ajuda bem o governo."
Nair afirmou que dentro do plano de ação desenvolvido pela APM está a montagem de um anfiteatro e a construção de uma cobertura para o pátio da escola.
Para ela, a contribuição ajuda também os alunos que não podem pagar (leia texto nesta página).
"Fazemos um trabalho em sistema de cooperativa. Se os pais querem e nós queremos, então o negócio é arregaçar as mangas", afirmou a coordenadora pedagógica da João Cruz, Fátima Aparecida de Barros Alves de Sá.



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