da Folha Vale

A Empresa Bandeirante de Energia suspendeu ontem, por volta das 17h, o fornecimento de luz para duas prefeituras devido à falta de pagamento das contas.
Ficaram sem energia cinco prédios em Aparecida, que acumula uma dívida de R$ 800 mil, e outros quatro em Cruzeiro. O valor do débito não foi divulgado e é mantido em sigilo pela fornecedora.
De acordo com a assessoria da empresa, esta é a primeira vez desde janeiro de 98, quando a Bandeirante assumiu o serviço, que o corte é feito em administrações.
A dívida de Aparecida é referente às contas de dez meses do ano passado, entre janeiro e novembro, com exceção de julho. Já Cruzeiro não pagou nenhum mês.
Segundo o gerente-executivo da Bandeirante na região, Rene Vernece, as administrações receberam cartas há 15 dias comunicando que a medida seria tomada caso não fosse feito o pagamento.
A situação de Aparecida é a mais simples, de acordo com o gerente. A prefeitura pode renegociar o valor e terá o fornecimento restabelecido. A administração propôs o parcelamento em 30 meses, mas as normas internas da empresa estipulam o máximo em 12.
A Prefeitura de Aparecida conseguiu no início da noite uma liminar na Justiça autorizando o retorno do fornecimento, mas, até as 20h30, não havia sido retomado.
Já o prefeito de Cruzeiro, Fábio Guimarães (PTB), não havia sido localizado até as 20h30 para comentar o caso. A cidade chegou a parcelar o débito em dezembro, mas não cumpriu o acordo.
Para normalizar o fornecimento, a administração deverá pagar as primeiras parcelas da renegociação e as contas.

Prejuízo
De acordo com Vernece, a Bandeirante não deve cortar o fornecimento de energia para locais onde possa haver danos à população, como ruas, escolas e hospitais.
"A empresa passou a ter uma relação mais comercial e menos política com as prefeituras, principalmente depois da privatização, no ano passado", afirmou.
O gerente disse que o restabelecimento imediato do fornecimento será feito após as prefeituras conseguirem acertar a situação. (KLÉBER WERNECK e MARCELO PEDROSO)

Aparecida
Prédios afetados: Paço, oficina, almoxarifado, estádio municipal Paulo Penido e quadra Teófilo Zampeiro
Total da dívida: R$ 800 mil
Total de contas em atraso: dez
Despesa média mensal com energia: R$ 32 mil
Proposta de negociação feita pela Bandeirante: parcelamento da dívida em 12 meses

Cruzeiro
Prédios afetados: Paço, oficina, centro de treinamento e emissora de televisão
Total da dívida: não divulgado
Total de contas em atraso: 15
Despesa média mensal: não divulgada
Solução dada pela Bandeirante: pagamento das parcelas em atraso e dos meses de dezembro e janeiro



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