free-lance para a Folha Vale

O prefeito de São José dos Campos, Emanuel Fernandes (PSDB), enfrentou ontem dois protestos, de populares e de perueiros, durante e após a solenidade organizada para o anúncio do início das obras de asfaltamento de uma avenida na zona sul da cidade.
Um grupo de moradores levou à solenidade cartazes para reclamar da lama que entra nas casas, reivindicar a construção de creches e a instalação de semáforos. Um cartaz questionava "onde estão os milhões da prefeitura".
"Moro há oito anos aqui. Falta tudo, não é só o asfalto que vai resolver", afirmou o pedreiro Sebastião Ferreira, 45, que levava um dos cartazes.
O prefeito dedicou parte de seu discurso para rebater as queixas dos moradores, afirmando que a própria população considera que o asfaltamento é prioritário.
"Em todas as vezes que passei aqui pediram o asfalto, que vai acabar com as doenças respiratórias das crianças. E não há milhões na prefeitura", declarou Emanuel.
O vereador Santos Neves (PTB) culpou a oposição pelo protesto. "A gente já conhece. São sempre os mesmos. Querem ter discurso para o ano que vem."
Já o prefeito preferiu contemporizar, dizendo que a manifestação foi normal.
"Foi a primeira vez que aconteceu isso. Sei lá se é a oposição. É normal que as pessoas façam pedidos. Em todo lugar acontece isso", afirmou.
Quando já se preparava para deixar o local, o prefeito foi cercado por cerca de 20 perueiros, que foram reclamar contra o que consideram excesso de multas aplicadas pela fiscalização.
Anteontem, dois fiscais, os "marronzinhos", foram agredidos por um grupo de perueiros, próximo ao local onde aconteceu a solenidade.
O prefeito reuniu os perueiros, ouviu as reclamações e prometeu que, na próxima semana, vai abrir um espaço na agenda para receber dois representantes da categoria em audiência, mas não prometeu nenhuma providência.
Segundo um dos perueiros, que se identificou como Alexandre, há risco de novos choques com os "marronzinhos".



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice