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Região de Campinas é a 2ª do Estado a atrair recursos na área de tecnologia
Região metropolitana de São Paulo lidera ranking de 95 a 2000, segundo pesquisa do Seade
Empresas aplicaram US$ 872 milhões em São José, a cidade que mais recebeu depois da capital
DA REDAÇÃO
A presença de centros e institutos de pesquisa e desenvolvimento e a facilidade de acesso à capital
foram dois dos principais fatores
que fizeram com que a região de
Campinas fosse a segunda região
do Estado de São Paulo a receber
o maior valor em investimentos
de empresas ligadas a setores essencialmente tecnológicos nos últimos cinco anos.
O levantamento é baseado em
uma pesquisa realizada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de
Análise de Dados Estatísticos),
entre 95 e julho de 2000.
A região, que totalizou montante de cerca de US$ 1,2 bilhão, perde apenas para a RMSP (Região
Metropolitana de São Paulo), que
engloba a cidade e os municípios
da Grande São Paulo, incluindo o
ABCD, considerado um dos principais centros industriais do país,
com US$ 3,6 bilhões.
O valor atraído pela região de
Campinas corresponde a 6,59%
das aplicações de setores basicamente tecnológicos no período
no Estado.
Para elaborar o estudo, o Seade
selecionou cinco subsetores de
atividade econômica específicos
em tecnologia, por cidade. Os casos em
que não houve determinação do
município beneficiado somaram
US$ 12,3 bilhões.
Entre janeiro de 95 e maio de
2000, o total de investimentos
anunciados no Estado de São
Paulo foi de US$ 100 bilhões.
A cidade-sede foi a mais bem
"recompensada" em relação aos
cinco setores tecnológicos entre
os municípios que compõem a região de Campinas, amealhando
US$ 493,79 milhões. Na sequência, aparecem as regiões de São
José dos Campos, com cerca de
US$ 1 bilhão, Sorocaba, com US$
181,68 milhões, e Ribeirão Preto,
com US$ 108,42 milhões.
Em Campinas, os setores que lideram os investimentos, entre
aqueles que fazem uso intenso da
tecnologia, foram de materiais
eletrônicos e informática, ao passo que, em São José, destacam-se
as aplicações de eletrônicos e de
telecomunicações. Na RMSP, a
área que mais investiu foi a de telecomunicações.
"No interior do Estado, predominam os investimentos no setor
industrial. Na RMSP, os serviços
estão quase se igualando à indústria, que, por sua vez, não está perdendo força", disse Marco Antonio Nascimento Pereira, um dos
pesquisadores responsáveis pelo
levantamento do Seade.
São José dos Campos
Apesar de a região de Campinas
ser a líder no interior na atração
dos investimentos em setores intensivos em tecnologia, o município de São José dos Campos se
destaca como a cidade que mais
recebeu aplicações dessas áreas,
desconsiderando-se a capital.
Enquanto Campinas atraiu US$
493,79 milhões, São José, que concentra desenvolvimento avançado no setor aeroespacial, foi responsável por acumular US$ 872
milhões no período entre 95 e julho deste ano.
A capacidade de atração de empresas voltadas à tecnologia de
ponta levam essas regiões do interior a serem chamadas de "Vale
do Silício Brasileiro", em alusão
ao local que recebeu a denominação originalmente, na Califórnia
(EUA), mas muitos especialistas
discordam da aplicação do termo.
"O Vale do Silício é uma região
que concentra empresas intensivas em tecnologia que trabalham
com a informática. O chip do
computador tem silício. Aquela
região tinha a economia baseada
na agricultura antes e se transformou", disse Guilherme Ary
Plonski, professor da Politécnica e
da FEA (Faculdade de Economia
e Administração) da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Cecae (Coordenadoria
Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais).
Para ele, a região de Campinas
seria a que mais se aproximaria de
uma concentração relativamente
grande de empresas de tecnologia
da informação, mas a expressão
não seria adequada porque a intensidade é bem menor.
"Muitos chegam a falar da descentralização industrial para o interior, mas a impressão, principalmente em Campinas e em São
José dos Campos, é que a grande
vantagem é estar a cerca de 100
quilômetros da região metropolitana, além de apresentar mão-de-obra qualificada e um mercado
consumidor potencialmente
grande", disse Márcio Pochmann,
professor do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas).
Do total de investimentos gerais
anunciados para a RMSP, de
acordo com o estudo do Seade, a
maior parte -US$ 6,8 bilhões-
foi para a atividade imobiliária,
seguida pela indústria automotiva, com US$ 5,7 bilhões.
Na região de Campinas, o destaque é a fabricação de coque, refino de petróleo e elaboração de
combustíveis nucleares e produção de álcool, com valor de US$
2,7 bilhões. Depois, também vem
a indústria automobilística, com
US$ 1,8 bilhão. Na região de São
José, os maiores investimentos se
referem à fabricação e montagem
de veículos automotores, com total de US$ 3,1 bilhões.
(KARINA OGO)
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