São José dos Campos, Domingo, 24 de Setembro de 2000

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Montadora injeta US$ 13,1 bi e só perde para telecomunicações

Antonio Stefani/Folha Imagem
Linha de montagem dos modelos Audi e Golf na fábrica de motores da Volkswagen, em São Carlos


DA REDAÇÃO

Apesar de não ser classificada como pertencente a um setor essencialmente tecnológico, a indústria automobilística foi responsável por grande parte dos investimentos aplicados nos últimos anos no Estado na modernização do processo de produção.
As montadoras, inclusive, perderam apenas para o setor de telecomunicações (US$ 14,8 bilhões) em relação ao volume de dinheiro aplicado no Estado nos últimos cinco anos, com US$ 13,1 bilhões.
A região de São José concentra o maior número entre as empresas mais conhecidas do setor -General Motors, em São José, e Volkswagen e Ford, em Taubaté.
A Volks tem outra unidade em São Carlos. Já a região de Campinas abriga a Honda, em Sumaré, e a Toyota, em Indaiatuba.
Segundo levantamento do Seade, entre 95 e maio de 2000, a empresa que anunciou maior quantia de investimentos no Estado foi a Volks, com US$ 2,9 bilhões, seguida da Ford (US$ 2,9 bilhões) e da GM (US$ 2,3 bilhões).
A Volks em São Carlos é a unidade mais moderna da empresa no mundo. As linhas de montagem, que possuem seis robôs, são monitoradas por computador, o que impede que uma operação incorreta seja realizada.
Em Taubaté, há 137 robôs. A automação chega a 50% na funilaria e a 75% na estamparia. Nos últimos cinco anos, foram investidos R$ 20 milhões em equipamentos e controle de qualidade. Outros R$ 11 milhões estão sendo gastos em um sistema que vai eliminar o cheiro de tinta na pintura.
A GM anunciou, em julho passado, que vai destinar US$ 1,5 bilhão, entre 2000 e 2003, para investir nas áreas de produtos (lançamentos de novos veículos e aprimoramento tecnológico dos atuais) e de modernização industrial nos complexos de São Caetano do Sul e São José dos Campos, além das unidades de Sorocaba, Indaiatuba e Mogi das Cruzes.
"Nossa previsão é que, este ano, US$ 130 milhões de serviços de engenharia de tecnologia desenvolvidos no Brasil sejam exportados", disse Luiz Moan, diretor de Assuntos Institucionais da GM.
"São Paulo tem perdido as fábricas para o interior, mas a parte da engenharia ainda se concentra na capital e no ABCD. Uma coisa é produzir tecnologia, outra é usá-la. As montadoras brasileiras não são grandes criadoras de tecnologia, mas elas desenvolvem tecnologia de produtos, principalmente para adaptação às condições daqui", disse Ruy Quadros, do Departamento de Política Científica e Tecnologia da Unicamp e coordenador do Grupo de Estudos de Empresas e Inovação. (KO)

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