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INVESTIGAÇÃO
Delegados são acusados de participar da empresa de segurança Seculum
Sindicância será concluída em 30 dias
da Folha Vale
A sindicância da Polícia Civil que
apura denúncias de "empregos extras" de dois delegados da região
deverá ser concluída em 30 dias. A
previsão é do delegado regional do
Vale e litoral norte, Antonio Carlos
Gonçalves da Silva.
Homero Vilela Vieira, de Guaratinguetá, e Hugo Parreiras de Macedo, de Lorena, são acusados de
responder diretamente pela empresa de segurança Seculum, com
sede em Guará.
A denúncia foi feita pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Segurança e
Vigilância, Ely de Jesus, à Corregedoria da Polícia Civil, que determinou a abertura da sindicância.
Segundo ele, os delegados estão
usando o poder de polícia para intimidar empregados a aceitar salário menor que o da categoria e renunciar aos direitos trabalhistas.
"Temos recebido dezenas de denúncias, principalmente de ex-funcionários. Em dezembro, um
dos vigilantes foi obrigado a assinar uma homologação em branco", afirmou Jesus.
O delegado regional afirmou que
a Lei Orgânica da Polícia Civil
(209/79) proíbe a participação de
policiais em cargos executivos de
empresas.
"Estamos acompanhando o caso. Se a sindicância confirmar as
irregularidades, os delegados vão
responder a processos e, pela pena
máxima, poderão ser exonerados
da polícia", disse Silva.
Silva explicou que o afastamento
do cargo dos delegados acusados
não é uma prerrogativa da Delegacia Regional, mas do Conselho da
Polícia Civil, após a conclusão das
investigações.
Oficialmente, Vieira e Macedo
não são donos da Barros & Moti
Assessoria e Consultoria em Segurança. A Seculum, nome fantasia
da empresa, está registrada em nome de José Zacarias de Barros.
Os dois possuem, no entanto,
uma procuração que concede amplos poderes para o gerenciamento da empresa, expedida em março
de 96.
Tanto Vieira como Macedo não
foram localizados ontem para comentar o assunto. Eles não responderam aos recados deixados pela
Folha até as 21h.
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