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Patrimônio histórico está abandonado
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Parte do patrimônio histórico
de São José dos Campos está em
estado de completo abandono.
Um exemplo disso é a capela de
Nossa Senhora de Aparecida, localizada na travessa Chico Luiz,
região central da cidade. A construção, de 1906, está deteriorada e
precisa de reformas.
"A modernização e o desenvolvimento estão fazendo com que o
passado de São José dos Campos
seja esquecido. Por enquanto,
ainda temos alguma coisa para
mostrar, mas, se a prefeitura não
tomar providências, daqui a alguns anos não teremos mais nada", disse o presidente do Clube
dos Joseenses e Amigos, José Carlos de Melo.
Segundo Melo, o clube já reivindicou a restauração de alguns prédios históricos. "Já falamos pessoalmente com o prefeito, mas as
soluções ficam só na conversa. Estamos nessa briga há muito tempo", afirmou.
De acordo com Melo, as antigas
estações ferroviárias do Centro,
Limoeiro, Martins Guimarães e
Eugênio de Melo, a igreja de São
Benedito (a mais antiga da cidade,
de 1870) e a capela de Nossa Senhora de Aparecida são, atualmente, os casos que mais necessitam de projetos de restauração.
"Como São José progrediu muito nos últimos 50 anos, e quase todos os nossos prefeitos, assim como o atual, não eram joseenses,
nunca houve a preocupação de
resgatar a memória da cidade. O
prédio do Cine Paratodos, por
exemplo, poderia ser um ótimo
local para eventos culturais, mas
está fechado", disse.
Outro lado
O diretor da Fundação Cultural
Cassiano Ricardo e presidente do
Comphac (Conselho Municipal
de Patrimônio Histórico, Artístico e Paisagístico), Edmundo Carlos de Andrade Carvalho, disse
que o conselho, em parceria com
a prefeitura, já está dando início
aos procedimentos necessários
para a restauração da capela de
Nossa Senhora de Aparecida e da
igreja de São Benedito.
"Já contratamos uma empresa
para desenvolver um estudo sobre a restauração das duas igrejas,
mas só o projeto está orçado em
R$ 13 mil", afirmou.
Segundo Carvalho, o estudo relativo à restauração será concluído em 60 dias. "A partir daí, vamos buscar parcerias com as empresas privadas para que possamos viabilizar as obras", disse.
De acordo com ele, o patrimônio histórico da cidade deve ser
preservado. "Mas a responsabilidade não pode ficar somente com
a prefeitura e o Comphac, pois
são restaurações que deverão ter
um custo altíssimo", afirmou
Carvalho.
Para ele, a participação de empresas privadas em projetos culturais e de preservação do patrimônio histórico deveria ser mais
intensa.
"A iniciativa privada de São José
dos Campos tem pouca participação em projetos culturais. A LIF
(Lei de Incentivos Fiscais à Cultura), em que a empresa consegue
ter 90% de retorno do capital investido em projetos culturais, por
meio da isenção de impostos, tem
tido pouca adesão das empresas",
afirmou.
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