São José dos Campos, Sexta-feira, 27 de Julho de 2001

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Migração cria "reduto mineiro"

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As décadas de 30 e 40 registraram intensa migração em São José dos Campos devido à instalação das primeiras indústrias de grande porte no município.
A inauguração das fábricas Rhodosá de Raion e Tecelagem Parahyba, ambas em Santana, região norte da cidade, na década de 40, exigiu um grande número de trabalhadores.
Nesse período, devido à vasta oferta de vagas de emprego, o município começou a receber pessoas de cidades da região da serra da Mantiqueira e, principalmente, do sul de Minas Gerais.
Os migrantes se concentraram em Santana devido à proximidade do bairro com as indústrias, o que o caracteriza até hoje como o "reduto dos mineiros".
Os novos moradores de São José dos Campos começaram, então, a escrever "a história mineira do bairro".
Em 1944, foi fundada a "Associação Atlética Santana do Paraíba", primeiro clube esportivo do bairro.
Em 12 de outubro de 1952, o bairro ganhou o seu primeiro espaço cultural, o Cine Santana.
O cinema, que encerrou suas atividades no final da década de 80, foi reaberto como Cine Teatro, em 1994, pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo e reinaugurado, em 1998, como Centro Cultural.
Além da grande oferta de empregos, segundo a historiadora Ana Helena Gouvêa, o que atraiu os mineiros para Santana foi a localização do bairro.
"O motivo da "mineirada" em Santana se devia ao fato de ser lá o local do matadouro da cidade. Na saída para Minas Gerais, os viajantes, que traziam seus animais ao matadouro, resolviam ficar por ali mesmo, atraídos pela beleza da região", afirmou.

Santana hoje
Embora São José dos Campos tenha sofrido um intenso processo de industrialização a partir da década de 50, Santana do Paraíba -nome oficial do bairro- ainda preserva alguns costumes de pequenas cidades interioranas mineiras, como, por exemplo, a utilização de carroças e bicicletas como meio de transporte.
Para o aposentado José Jorge Moreira, 66, "o bairro é um pouco de Minas Gerais". "Santana é o único bairro de São José dos Campos que ainda preserva o passado da cidade. Vim de Delfim Moreira, sul de Minas Gerais, há 45 anos. Hoje eu me sinto mais joseense do que mineiro", afirmou o aposentado.


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