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Migração cria "reduto mineiro"
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As décadas de 30 e 40 registraram intensa migração em São José dos Campos devido à instalação das primeiras indústrias de
grande porte no município.
A inauguração das fábricas
Rhodosá de Raion e Tecelagem
Parahyba, ambas em Santana, região norte da cidade, na década de
40, exigiu um grande número de
trabalhadores.
Nesse período, devido à vasta
oferta de vagas de emprego, o
município começou a receber
pessoas de cidades da região da
serra da Mantiqueira e, principalmente, do sul de Minas Gerais.
Os migrantes se concentraram
em Santana devido à proximidade do bairro com as indústrias, o
que o caracteriza até hoje como o
"reduto dos mineiros".
Os novos moradores de São José dos Campos começaram, então, a escrever "a história mineira
do bairro".
Em 1944, foi fundada a "Associação Atlética Santana do Paraíba", primeiro clube esportivo do
bairro.
Em 12 de outubro de 1952, o
bairro ganhou o seu primeiro espaço cultural, o Cine Santana.
O cinema, que encerrou suas
atividades no final da década de
80, foi reaberto como Cine Teatro,
em 1994, pela Fundação Cultural
Cassiano Ricardo e reinaugurado,
em 1998, como Centro Cultural.
Além da grande oferta de empregos, segundo a historiadora
Ana Helena Gouvêa, o que atraiu
os mineiros para Santana foi a localização do bairro.
"O motivo da "mineirada" em
Santana se devia ao fato de ser lá o
local do matadouro da cidade. Na
saída para Minas Gerais, os viajantes, que traziam seus animais
ao matadouro, resolviam ficar
por ali mesmo, atraídos pela beleza da região", afirmou.
Santana hoje
Embora São José dos Campos
tenha sofrido um intenso processo de industrialização a partir da
década de 50, Santana do Paraíba
-nome oficial do bairro- ainda
preserva alguns costumes de pequenas cidades interioranas mineiras, como, por exemplo, a utilização de carroças e bicicletas como meio de transporte.
Para o aposentado José Jorge
Moreira, 66, "o bairro é um pouco
de Minas Gerais". "Santana é o
único bairro de São José dos
Campos que ainda preserva o
passado da cidade. Vim de Delfim
Moreira, sul de Minas Gerais, há
45 anos. Hoje eu me sinto mais joseense do que mineiro", afirmou
o aposentado.
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