São José dos Campos, Sexta-feira, 27 de Julho de 2001

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SÃO JOSÉ, 234 ANOS
Após um período de turbulência nos anos 80 e 90, região assume liderança no interior de São Paulo
Depois de crise, economia já se recupera

DA FOLHA VALE

Com característica predominantemente industrial, a economia da região de São José dos Campos atravessou duas grandes crises, nos anos 80 e 90, mas se recuperou e assumiu no ano passado a liderança na captação de investimentos privados entre as regiões do interior do Estado.
Segundo o Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a região atraiu no ano passado US$ 4,335 bilhões em investimentos privados -78,63% acima dos US$ 2,4 bilhões de 99- e superou a região de Campinas, que atraiu US$ 3,8 bilhões.
Nos anos 80, a economia da região, abalada pela crise do petróleo e pela consequente suspensão dos financiamentos internacionais, enfrentou uma recessão que deixou a época conhecida como "a década perdida".
A recuperação gradual voltou a ser comprometida no final dos anos 90 por novos aumentos do preço do petróleo e pelas crises dos países emergentes.
No final de 98, as demissões se espalharam pela região, com a General Motors demitindo quase 2.000 operários e a Philips demitindo outros 448.
A ascensão da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) após a privatização e a volta dos investimentos privados ao país depois do real voltaram a impulsionar a economia da região.
Entre 95 e 98, a região atraiu US$ 8,259 bilhões em investimentos privados, sendo que 60% (US$ 4,990 bilhões) foram destinados a São José dos Campos.
No período, a região respondia por 11,89% dos investimentos privados feitos no Estado e ainda ficava abaixo da região de Campinas, que atraía 15%.
Em 99, logo após a onda de demissões de 98, a participação da região caiu para 10,12% -US$ 2,427 bilhões, sendo US$ 1,885 (77%) apenas para a cidade de São José-, enquanto a da região de Campinas chegou a 17%.
Em 2000, a economia da região voltou a decolar, atraindo 99 anúncios de investimentos (55 deles para São José). Enquanto a cidade ficou com US$ 2,984 bilhões, o segundo colocado, Taubaté, ficou com US$ 1,164 bilhão.

Sinal de alerta
Apesar da recuperação do ano passado, o aumento das demissões no setor metalúrgico, em razão da crise de energia elétrica, vem preocupando sindicatos, o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e a ACI (Associação Comercial e Industrial).
No bimestre maio/junho deste ano, foram demitidos 628 metalúrgicos em São José -65% superior aos 380 demitidos em 2000.
Sindicatos e entidades empresariais vêm se mobilizando em busca de estabilidade de emprego e da revisão das metas de energia.


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