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SÃO JOSÉ, 234 ANOS
Após um período de turbulência nos anos 80 e 90, região assume liderança no interior de São Paulo
Depois de crise, economia já se recupera
DA FOLHA VALE
Com característica predominantemente industrial, a economia da região de São José dos
Campos atravessou duas grandes
crises, nos anos 80 e 90, mas se recuperou e assumiu no ano passado a liderança na captação de investimentos privados entre as regiões do interior do Estado.
Segundo o Seade (Fundação
Sistema Estadual de Análise de
Dados), a região atraiu no ano
passado US$ 4,335 bilhões em investimentos privados -78,63%
acima dos US$ 2,4 bilhões de 99-
e superou a região de Campinas,
que atraiu US$ 3,8 bilhões.
Nos anos 80, a economia da região, abalada pela crise do petróleo e pela consequente suspensão
dos financiamentos internacionais, enfrentou uma recessão que
deixou a época conhecida como
"a década perdida".
A recuperação gradual voltou a
ser comprometida no final dos
anos 90 por novos aumentos do
preço do petróleo e pelas crises
dos países emergentes.
No final de 98, as demissões se
espalharam pela região, com a
General Motors demitindo quase
2.000 operários e a Philips demitindo outros 448.
A ascensão da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica)
após a privatização e a volta dos
investimentos privados ao país
depois do real voltaram a impulsionar a economia da região.
Entre 95 e 98, a região atraiu
US$ 8,259 bilhões em investimentos privados, sendo que 60% (US$
4,990 bilhões) foram destinados a
São José dos Campos.
No período, a região respondia
por 11,89% dos investimentos privados feitos no Estado e ainda ficava abaixo da região de Campinas, que atraía 15%.
Em 99, logo após a onda de demissões de 98, a participação da
região caiu para 10,12% -US$
2,427 bilhões, sendo US$ 1,885
(77%) apenas para a cidade de
São José-, enquanto a da região
de Campinas chegou a 17%.
Em 2000, a economia da região
voltou a decolar, atraindo 99
anúncios de investimentos (55
deles para São José). Enquanto a
cidade ficou com US$ 2,984 bilhões, o segundo colocado, Taubaté, ficou com US$ 1,164 bilhão.
Sinal de alerta
Apesar da recuperação do ano
passado, o aumento das demissões no setor metalúrgico, em razão da crise de energia elétrica,
vem preocupando sindicatos, o
Ciesp (Centro das Indústrias do
Estado de São Paulo) e a ACI (Associação Comercial e Industrial).
No bimestre maio/junho deste
ano, foram demitidos 628 metalúrgicos em São José -65% superior aos 380 demitidos em 2000.
Sindicatos e entidades empresariais vêm se mobilizando em busca de estabilidade de emprego e
da revisão das metas de energia.
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