São José dos Campos, Terça-feira, 28 de Novembro de 2000 |
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LITORAL Animal da espécie jubarte, com cerca de 40 toneladas e 15,5 metros, encalhou na orla da praia Grande na sexta Baleia morta contamina praias de Ubatuba
MARIA TERESA MORAES ENVIADA ESPECIAL A UBATUBA A contaminação provocada pelos restos de uma baleia jubarte de 15,5 metros, encalhada em Ubatuba, tornou impróprias para banhos as praias do Tenório e Grande, a mais movimentada da cidade litorânea. A Defesa Civil e a Polícia Florestal não haviam conseguido, até o início da noite de ontem, retirar o corpo da baleia, que pesa aproximadamente 40 toneladas. Por volta das 19h de ontem, o grupo desistiu de remover o animal por terra, mesmo com o uso de seis tratores, e o serviço deve ficar para a manhã de hoje. O corpo seria envolvido por uma lona plástica durante a noite. A baleia deve ser levada para o aterro sanitário de Ubatuba em uma carreta. Caso a remoção não seja possível, o corpo será dividido em pedaços, mesmo com o risco de contaminação da areia. O tamanho do animal e a falta de equipamentos para o resgate dificultaram a retirada do corpo. Cerca de 50 pessoas tentaram, sem sucesso, levar a baleia de volta ao mar. Durante a tarde de ontem, o grupo tentou retirar o corpo da areia usando um rebocador da Petrobras, mas os cabos se romperam. No fim-de-semana, a praia Grande, onde encalhou o corpo do animal no final da tarde de sexta-feira, recebeu dezenas de turistas, que se aglomeraram para observar a baleia. O tenente Davi de Souza, comandante da Polícia Florestal de Ubatuba, disse não ter equipamentos para a remoção. "Usamos tudo que a cidade tem, mas o peso e o estado avançado de decomposição dificultaram nosso trabalho", disse. A presidente da Defesa Civil de Ubatuba, Elisabeth Ferrari Motta, disse no início da noite de ontem são saber o que fazer. "Não temos pessoal e equipamentos preparados para uma situação dessas", afirmou. Segundo o Projeto Tamar, que mantém uma base em Ubatuba, pelo menos quatro baleias encalharam desde julho deste ano na costa da cidade. A veterinária Valéria Ruoppolo, 30, especialista em doenças de animais marinhos, disse não ser possível apontar a causa dos seguidos encalhes. A jubarte percorre a costa do litoral norte do Estado na rota de migração entre o pólo sul e o arquipélago de Abrolhos, na Bahia, onde vai procriar. Queixas Moradores da praia Grande reclamaram ontem da demora na retirada do animal. O estudante Danilo Maeoca, 21, que mora ao lado da praia, não conseguiu almoçar ontem por causa do cheiro. "Há um desinteresse total das autoridades. A baleia ficou na praia durante todo o fim-de-semana", disse. Próximo Texto: Comerciante critica demora Índice |
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