São José dos Campos, Terça-feira, 28 de Novembro de 2000

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PRISÕES
Pelo menos oito teriam escapado durante motim
Cadeia de Taubaté ignora número de presos fugitivos em rebelião

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Até o final da tarde de ontem, cerca de 30 horas depois do fim da rebelião que matou três presos e deixou dez feridos, a direção da Cadeia Pública de Taubaté ainda não sabia quantos detentos conseguiram fugir.
Na rebelião, que terminou às 13h30 de anteontem, os presos destruíram toda a cadeia, que abrigava 310 detentos em 80 vagas. A cadeia passava por reformas devido a um motim em 99.
Segundo o diretor da cadeia, Francisco Amêndola Neto, a recontagem dos presos começou ontem, mas não havia sido concluída até as 21h.
A polícia suspeita que entre oito e dez presos conseguiram fugir, entre eles Alberto Feres Júnior, 44, o Tom, da dupla de criminosos Tom e Jerry, especialistas em assaltos a bancos.
A dupla, procurada durante 13 anos, havia sido presa no dia 3 deste mês.
O diretor da cadeia afirmou que a recontagem dos presos atrasou porque foi priorizada a recuperação de parte das celas.
Os presos destruíram as instalações elétricas e hidráulicas de quase todas as 20 celas da cadeia, além de serrar grades e quebrar paredes.
Até os reparos serem concluídos, os detentos serão mantidos provisoriamente nos pavimentos superiores e alas que foram poupadas da destruição.
Segundo o delegado-seccional de Taubaté, Roberto Martins de Barros, a reforma deve ser rápida, mas não há previsão de quando os presos poderão voltar às celas da cadeia.

Transferência
Os 85 presos transferidos após o término da rebelião foram para as penitenciárias de Marília, interior de São Paulo, CDP (Centro de Detenção Provisória) da Vila Independência, em São Paulo, penitenciária Doutor Tarcizio Leonce Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé e a Cadeia Pública de São José dos Campos, conhecida como Putim.
Luiz Cláudio Charleaux, 20, o Escavadeira, e Valdomiro Lourenço, 53, foram transferidos para a Casa de Custódia de Taubaté.
Eles foram espancados pelos presos e corriam risco de serem mortos, caso fossem mantidos na cadeia.
Apesar da transferência, a cadeia ainda abriga um total de 213 presos, sendo que sua capacidade é de 80.
De acordo com o delegado-seccional, durante esta semana a Corregedoria Prisional vai continuar tentado mais vagas em presídios no sistema da Coespe (Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado).
"Nós já conseguimos a transferência de 45 presos na semana passada e tínhamos a previsão de 25 para esta semana", disse o delegado Barros.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) está elaborando um relatório sobre o estado dos presos, ouvidos ontem, após a rebelião.


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