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PRISÕES
Pelo menos oito teriam escapado durante motim
Cadeia de Taubaté ignora número de presos fugitivos em rebelião
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
Até o final da tarde de ontem,
cerca de 30 horas depois do fim da
rebelião que matou três presos e
deixou dez feridos, a direção da
Cadeia Pública de Taubaté ainda
não sabia quantos detentos conseguiram fugir.
Na rebelião, que terminou às
13h30 de anteontem, os presos
destruíram toda a cadeia, que
abrigava 310 detentos em 80 vagas. A cadeia passava por reformas devido a um motim em 99.
Segundo o diretor da cadeia,
Francisco Amêndola Neto, a recontagem dos presos começou
ontem, mas não havia sido concluída até as 21h.
A polícia suspeita que entre oito
e dez presos conseguiram fugir,
entre eles Alberto Feres Júnior, 44,
o Tom, da dupla de criminosos
Tom e Jerry, especialistas em assaltos a bancos.
A dupla, procurada durante 13
anos, havia sido presa no dia 3
deste mês.
O diretor da cadeia afirmou que
a recontagem dos presos atrasou
porque foi priorizada a recuperação de parte das celas.
Os presos destruíram as instalações elétricas e hidráulicas de
quase todas as 20 celas da cadeia,
além de serrar grades e quebrar
paredes.
Até os reparos serem concluídos, os detentos serão mantidos
provisoriamente nos pavimentos
superiores e alas que foram poupadas da destruição.
Segundo o delegado-seccional
de Taubaté, Roberto Martins de
Barros, a reforma deve ser rápida,
mas não há previsão de quando
os presos poderão voltar às celas
da cadeia.
Transferência
Os 85 presos transferidos após o
término da rebelião foram para as
penitenciárias de Marília, interior
de São Paulo, CDP (Centro de Detenção Provisória) da Vila Independência, em São Paulo, penitenciária Doutor Tarcizio Leonce
Pinheiro Cintra, a P1 de Tremembé e a Cadeia Pública de São José
dos Campos, conhecida como
Putim.
Luiz Cláudio Charleaux, 20, o
Escavadeira, e Valdomiro Lourenço, 53, foram transferidos para
a Casa de Custódia de Taubaté.
Eles foram espancados pelos
presos e corriam risco de serem
mortos, caso fossem mantidos na
cadeia.
Apesar da transferência, a cadeia ainda abriga um total de 213
presos, sendo que sua capacidade
é de 80.
De acordo com o delegado-seccional, durante esta semana a
Corregedoria Prisional vai continuar tentado mais vagas em presídios no sistema da Coespe
(Coordenadoria dos Estabelecimentos Penitenciários do Estado).
"Nós já conseguimos a transferência de 45 presos na semana
passada e tínhamos a previsão de
25 para esta semana", disse o delegado Barros.
A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) está elaborando um
relatório sobre o estado dos presos, ouvidos ontem, após a rebelião.
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