da Folha Vale

O delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de São José dos Campos, Gilmar Guarnieri, disse ontem que está investigando a possibilidade de participação de membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no assassinato de dois integrantes do grupo.
O coordenador regional do MST, Joaquim Modesto da Silva, disse que "jamais o crime poderia ter sido cometido por membros do grupo".
Quatro membros do MST foram chamados hoje para depor na delegacia. Entre eles, será ouvida também a pessoa que teria dado carona para os dois integrantes do movimento na noite do dia 19 deste mês, data em que eles desapareceram, após terem saído da Fazenda Santa Rita, em São José.
O corpo de Jurandir dos Santos, 26, foi encontrado na segunda-feira retrasada. Um dia depois, a Polícia Militar localizou o corpo de Roberto Oliveira, 22.
"Estamos investigando a possibilidade de o crime ter sido cometido por membros do movimento. Um dos corpos tem marcas de enxada ou facão e precisamos investigar", disse.
Guarnieri conversou ontem com peritos do Instituto de Criminalística e, segundo ele, tudo indica que o assassinato não ocorreu na estrada onde os corpos foram encontrados.
"A certeza é que eles não foram mortos no local. Eles foram mortos em um ponto e 'desovados' ali na estrada. Agora, não sei quem carregou os corpos até o local", disse.
Outro motivo da desconfiança do delegado seria a reação dos líderes do movimento.
"Eles estão muito quietos, já deveriam ter reclamado, feito protesto. Parece que eles estão amoitados", disse.
O diretor do Instituto de Criminalística de São José, Antonio Flávio Mimura, disse ontem que o laudo sobre a morte dos sem-terra poderá ficar pronto hoje.



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