São José dos Campos, Quinta-feira, 31 de Maio de 2001

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CRISE DE ENERGIA
Assessor de diretoria da empresa disse durante reunião que o racionamento pode atrasar a produção
Racionamento afetará Embraer, diz Ciesp

DA FOLHA VALE

O diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Felipe Cury, afirmou ontem que a Embraer pode ser atingida pelo plano de racionamento de energia a ponto de não conseguir cumprir prazos estabelecidos nos contratos firmados com empresas aéreas.
Segundo Cury, a informação foi tornada pública anteontem à noite pelo assessor da diretoria de infra-estrutura da empresa, Humberto Borges da Silva, durante uma reunião de empresários no Ciesp para discutir o impacto do racionamento.
"A empresa deverá sofrer um efeito dominó, já que suas fornecedoras estão sendo prejudicadas pela redução no consumo de energia", disse.
A cota de redução de consumo a ser cumprida, tanto pela Embraer quanto pelas suas fornecedoras, será de 20%.
O índice é maior que o imposto pelo governo às empresas de autopeças, que deverão reduzir 15% dos gastos.
Pelo menos metade dos componentes que a Embraer utiliza é de fabricação nacional.
O vice-presidente financeiro da companhia, Antonio Luiz Manso, havia descartado prejuízos com eventuais atrasos na entrega de componentes.
A afirmação de Manso foi feita durante o anúncio dos resultados financeiros do primeiro trimestre da empresa, no dia 15. O lucro no trimestre foi de R$ 218,7 milhões.
Ontem, a Embraer, que está vendendo US$ 600 milhões em ações, o maior volume desde a privatização, não quis se manifestar sobre as afirmações de Silva durante a reunião.
Empresas de capital aberto, em razão dos riscos de queda dos papéis no mercado de ações, vêm evitando fazer previsões negativas sobre o comportamento da economia durante o racionamento.
Na oportunidade, Manso também descartou atrasos na entrega das encomendas de aeronaves. Até o final do ano, a empresa pretende aumentar a produção de 16 para 20 jatos/mês.

Termelétrica
O Ciesp está elaborando um documento, que será encaminhado à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), à prefeitura e à Câmara, que pede a modificação na Lei Orgânica de São José dos Campos, para permitir a instalação de uma termelétrica na cidade.
"Concluímos que a medida mais prática para driblar a falta de energia será a termelétrica. A lei é retrógrada", disse Cury.
A ONG (organização não-governamental) ambientalista Vale Verde organiza um abaixo-assinado contra a termelétrica.


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