|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE DE ENERGIA
Assessor de diretoria da empresa disse durante reunião que o racionamento pode atrasar a produção
Racionamento afetará Embraer, diz Ciesp
DA FOLHA VALE
O diretor regional do Ciesp
(Centro das Indústrias do Estado
de São Paulo), Felipe Cury, afirmou ontem que a Embraer pode
ser atingida pelo plano de racionamento de energia a ponto de
não conseguir cumprir prazos estabelecidos nos contratos firmados com empresas aéreas.
Segundo Cury, a informação foi
tornada pública anteontem à noite pelo assessor da diretoria de infra-estrutura da empresa, Humberto Borges da Silva, durante
uma reunião de empresários no
Ciesp para discutir o impacto do
racionamento.
"A empresa deverá sofrer um
efeito dominó, já que suas fornecedoras estão sendo prejudicadas
pela redução no consumo de
energia", disse.
A cota de redução de consumo a
ser cumprida, tanto pela Embraer
quanto pelas suas fornecedoras,
será de 20%.
O índice é maior que o imposto
pelo governo às empresas de autopeças, que deverão reduzir 15%
dos gastos.
Pelo menos metade dos componentes que a Embraer utiliza é de
fabricação nacional.
O vice-presidente financeiro da
companhia, Antonio Luiz Manso,
havia descartado prejuízos com
eventuais atrasos na entrega de
componentes.
A afirmação de Manso foi feita
durante o anúncio dos resultados
financeiros do primeiro trimestre
da empresa, no dia 15. O lucro no
trimestre foi de R$ 218,7 milhões.
Ontem, a Embraer, que está
vendendo US$ 600 milhões em
ações, o maior volume desde a
privatização, não quis se manifestar sobre as afirmações de Silva
durante a reunião.
Empresas de capital aberto, em
razão dos riscos de queda dos papéis no mercado de ações, vêm
evitando fazer previsões negativas
sobre o comportamento da economia durante o racionamento.
Na oportunidade, Manso também descartou atrasos na entrega
das encomendas de aeronaves.
Até o final do ano, a empresa pretende aumentar a produção de 16
para 20 jatos/mês.
Termelétrica
O Ciesp está elaborando um documento, que será encaminhado
à Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), à prefeitura e à Câmara, que pede a modificação na Lei Orgânica de São José dos Campos, para permitir a
instalação de uma termelétrica na
cidade.
"Concluímos que a medida
mais prática para driblar a falta de
energia será a termelétrica. A lei é
retrógrada", disse Cury.
A ONG (organização não-governamental) ambientalista Vale
Verde organiza um abaixo-assinado contra a termelétrica.
Texto Anterior: Acusado leva tiros na zona leste de S. José Próximo Texto: Shoppings vão passar a abrir mais tarde Índice
|