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O tempo voa

Para celebrar os 50 anos do 911, Porsche apresenta versão turbo em autódromo alemão

PAULO WERNECK ENVIADO A BAD DRIBURG, ALEMANHA

"Full brake", disse-me o instrutor pela janela do Porsche 911 Turbo. Demorei a entender que deveria afundar o pé esquerdo, normalmente inútil em um carro automático, no pedal do freio.

"Full gas", ordenou ele em seguida, e enfiei o pé direito no acelerador. Pouco se notava no cockpit além da agulha do conta-giros querendo escapar do mostrador.

Logo uma luz se acendeu no painel e senti um leve tremor na carroceria. Era o controle de largada entrando em funcionamento. Então o piloto disse para eu soltar o pedal do freio. Nesse momento, como que impulsionado por uma mola, o bólido disparou e senti a pressão do banco contra as minhas costas. Tive certeza de que a decolagem era iminente.

Estava de volta ao fim da fila de carros poucos segundos depois, pronto para repetir a experiência. O meu copiloto atestou: em um tempo mais curto que o necessário para ler esta frase, cheguei a quase 160 km/h. Não fui capaz de olhar para o painel.

FELIZ ANIVERSÁRIO

O Porsche 911 --os ricos, aprendi, dizem "uma" Porsche-- comemora seu aniversário de 50 anos (e quase 40 de sua versão Turbo) com o lançamento mundial do modelo Turbo S. Entre as novidades, está o dispositivo de arrancada dinâmica que testei no autódromo de Bad Driburg, na Alemanha.

Os engenheiros tiveram a difícil tarefa de aperfeiçoar o que já parecia perfeito. Um trabalho sem margem para falhas e num contexto de crise econômica que deixa em alerta a indústria alemã de carrões.

O dólar alto no Brasil é prova disso: o preço da nova geração desse esportivo ainda vai depender da cota de importação que o governo deverá fixar para 2014.

O Turbo S 2014 deve chegar ao mercado brasileiro no fim do ano. O modelo anterior era vendido por cerca de R$ 800 mil.

Segundo a Porsche, o 911 testado é capaz de atingir 100 km/h em 3,1 segundos --é o mais veloz de toda a família.

Para cada nova tecnologia que poderia tirar o carro do chão, os engenheiros criaram uma outra que o segura no asfalto. Prova disso é o sistema que pode mudar o ângulo das rodas traseiras em curvas, e que me ajudou em uma derrapagem no circuito, quando o excesso de confiança quis jogar o 911 turbinado contra o "guard-rail".

Há também o sistema aerodinâmico adaptativo, que, conforme a velocidade, muda a posição dos aerofólios traseiro e dianteiro --acessórios que durante a vida inteira sempre julguei inúteis em um carro "de passeio".

Mas um Porsche 911 Turbo S é tão "de passeio" quanto um tigre pode ser um animal de estimação. A surpresa é que ele também sabe ser dócil, como os felinos em geral.


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