Nissan March 1.0 e Fiat Uno 1.4 encaram o teste do conta-gotas

Automóveis de mesma categoria têm preços e equipamentos semelhantes, o que leva o consumidor a crer que eles terão o mesmo custo de utilização. Ledo engano.

Se gastos com impostos e seguro são proporcionais aos valores do veículos, o apetite por combustível é um dos fatores que os diferencia.

Sendo assim, o teste Folha-Mauá reuniu para o desafio do conta-gotas o recém-lançado Nissan March (1.0) e a nova versão Economy do Fiat Uno (1.4) -ambos na faixa dos R$ 30 mil e autointitulados os hatches nacionais menos beberrões do país.

Pode parecer covardia comparar um carro "mil" com outro de maior cilindrada. Porém, o que determina o baixo consumo do motor é sua tecnologia. E a sutileza do motorista ao acelerar.

Mais moderno e potente, o propulsor de 85 cv do Uno passou por ajustes finos para receber o selo da grife "verde" da Fiat. Resultado: 19,5 km com um litro de gasolina na estrada, marca idêntica à do VW Gol Ecomotion, até então o recordista entre os "populares". E o Fiat é mais esperto que o Volks nas arrancadas, além de ter desenho atual.

Já o March se dá melhor no trânsito urbano, mesmo tendo a carroceria maior. O segredo é o motor 1.0 16V de 74 cv, uma beleza até os 80 km/h. Acima disso, ele bota a língua para fora e demora a ganhar velocidade. Os engates ásperos do câmbio manual também não ajudam.

Na cidade, a compensação é o marcador de combustível, que custa a se mover: média de 12,5 km/l de gasolina, ante 11,8 km/l do Uno Economy.

O melhor número é do Picanto: o 1.0 de luxo da Kia faz 13,4 km/l com gasolina na cidade. Contudo, o sul-coreano está em um patamar mais elevado de preço (R$ 38.150).

'PELADO'

O March custa a partir de R$ 27.790 e vem com airbag duplo, computador de bordo e ajuste de altura do banco. A boa dirigibilidade também é de série neste Nissan. Completo, chega a R$ 32 mil.

O preço do Uno "pelado" começa em R$ 29.950. E chega a R$ 37 mil se tiver tudo, até freios ABS, item indisponível no March. Mas, na média de consumo entre estrada e cidade, o Nissan é o maior algoz dos postos de combustível.