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Teste Folha Mauá

Teste mostra efeito da blindagem no carro

Com 175 kg a mais, sedã com proteção balística perdeu agilidade, mas consumo e frenagem foram pouco afetados

Cursos de direção evasiva ensinam como motorista de veículo com 'armadura' deve se comportar no trânsito

FELIPE NÓBREGA DE SÃO PAULO

Por fora, é difícil identificar qual Volkswagen Jetta TSi é o original e qual é o blindado. Só os mais atentos conseguem notar que os vidros do modelo branco refletem imagens um tanto distorcidas, causadas pelas grossas camadas adicionais a prova de balas. Fora isso, os carros são aparentemente idênticos.

As diferenças começam quando o motorista põe os sedãs para rodar no trânsito.

A manta balística que reveste a carroceria do modelo blindado nível 3A (a máxima permitida pelo Exército) ajuda a filtrar o barulho que vem do exterior.

Toda a proteção extra soma 175 kg, o equivalente a três passageiros magros ou a um porta-malas repleto de bagagens pesadas.

Como esse peso fica concentrado na parte superior (envidraçada), nota-se que o veículo blindado pendula mais nas curvas e ao passar por imperfeições no asfalto, enquanto a direção pede mais esforço em manobras.

O teste Folha-Mauá revelou ainda que o modelo é quase 20% mais lento na prova de aceleração de 0 a 100 km/h (veja os números no quadro ao lado).

Outras perdas estão no consumo de combustível, que subiu, em média, 4%, e na frenagem --vindo a 80 km/h, foi necessário 1,5 metro a mais até a parada completa.

Esses percentuais podem variar, dependo do tipo da proteção e das características do carro (potência, geometria da suspensão), informa Robson do Prado, instrutor de pilotagem da Bodyguard.

CURSINHO

Devido às diferenças de comportamento do automóvel, existem cursos específicos para motoristas que utilizam um blindado. Os treinamentos de um dia custam R$ 2.000, aproximadamente.

"Não adianta investir cerca de R$ 50 mil em uma armadura' para o carro se o condutor não sabe como fugir de um ataque. Ao deixar o criminoso atirar mais de uma vez em um mesmo ponto, certamente a proteção irá ceder", explica Prado.

Até comportamentos cotidianos são revisados. No posto de combustível, local considerado de alta vulnerabilidade, o condutor é instruído a pagar a conta com dinheiro, passando as notas rapidamente por uma fresta da janela, evitando assim uma maior exposição.

Guiar conversando ao celular, mesmo com bluetooth, é outra atitude desaconselhável, pois, segundo especialistas ouvidos pela Folha, a tendência é que o bate-papo distraia o motorista, que deixa de prestar atenção em possíveis riscos ao seu redor.

Segundo a Abrablin (associação das blindadoras), o setor deve fechar 2013 com recorde de 10 mil carros protegidos, aumento de 16% em relação ao ano anterior.

"Há um novo fenômeno", diz Fábio Rovedo de Mello, da Concept Blindagens.


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