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O preço da fama

Candidato a modelo nacional, Mercedes CLA 200 estreia com estilo esportivo, desempenho modesto e custo elevado

EDUARDO SODRÉ EDITOR-ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

Na apresentação do novo sedã CLA 200, o telão exibiu uma imagem ampliada do carro. Abaixo da foto, estava a seguinte frase: "O Mercedes que seu pai talvez não dirigiria". A marca de carros mais tradicional da Alemanha quer atrair novos consumidores, algo que Audi e BMW já fazem há tempos.

Os detalhes foram revelados na sede da empresa no Brasil, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Os engenheiros destacaram as maravilhas técnicas do modelo, como o sistema de direção elétrica que detecta mudanças repentinas de piso e atenua as vibrações do volante nessas situações.

Tudo ia bem, até o preço ser divulgado: R$ 150,5 mil na série First Edition, já considerado o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A partir de então, o primeiro sedã Mercedes com tração dianteira à venda no país teria de esmerar-se no teste para ser considerado uma compra interessante.

SEM ARCOS

Ao vivo, o carro de motor 1.6 turbo (156 cv) impressiona mais que no telão. Com portas sem arcos --solução típica dos cupês-- e vincos no capô que remetem aos modelos brabos preparados pela AMG, o CLA 200 parece uma fera pronta para devorar o asfalto. Mas não é bem assim.

O carro "veste" bem o motorista, com acabamento de alto nível. Destaque para o volante que pode ser ajustado em posição bem vertical, valorizando o prazer de dirigir. Mas os bancos com regulagens manuais e a ausência do sensor de estacionamento não condizem com o preço.

O desempenho é apenas mediano. Na pista, acelerar do zero até os 100 km/h levou 9,4 segundos. O conterrâneo e concorrente BMW 320i (184 cv e preços a partir de R$ 129.950) foi 1,4s mais rápido na mesma prova.

O CLA 200 é um carro ruim? Não. Seus problemas são os rivais, que oferecem mais por menos, e a estratégia da Mercedes.

A marca concentrará todas as suas fichas nos lançamentos da nova geração do Classe C e do utilitário compacto GLA, que chegam no segundo semestre e deverão ter opções flex. A partir de 2016, serão produzidos em Iracemápolis (a 163 km de São Paulo).

O sedã CLA é forte candidato ao posto de terceiro modelo nacional, fato que deve ser confirmado no próximo ano. Por enquanto, chega ao país a passeio, com volume previsto de 1.400 unidades neste ano. A versão esportiva AMG (360 cv) estreia no segundo semestre e deverá custar perto de R$ 300 mil.

Só depois virão opções mais em conta, quando, enfim, o carro oferecerá custo compatível com seu benefício.


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