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DENIS CISMA denis@cisma.com.br
Sem ferrugem
O romance entre Ribeiro e seu primeiro carro antigo surgiu na infância, quando o irmão comprou um Karmann-Ghia
"Não tenho paixão por carro antigo", confessa Paulo Ribeiro, empresário, 56."Tenho paixão é por Karmann-Ghia".
Para ele, esse é o automóvel mais bonito já construído. Desenhado pelo estúdio italiano Ghia, a beleza fez o modelo ser sucesso de vendas.
O veículo produzido pela alemã Karmann sobre a plataforma do Fusca nunca teve desempenho esportivo, como seu design poderia sugerir.
O teto baixo, o espaço verdadeiro somente para dois e a opção de ser conversível era o que transformava o Karmann-Ghia em um carro muito mais romântico do que o "besouro" da VW.
O romance entre Ribeiro e seu primeiro automóvel antigo surgiu na infância, quando o irmão, dez anos mais velho, comprou um Karmann-Ghia vermelho.
Ele se recorda, com saudades, das caronas para a escola, das lavagens remuneradas que fazia, do tempo passado no carro com o irmão.
Em 2009, Ribeiro conheceu, por meio de um amigo, um restaurador de autos da Carolina do Norte (EUA) que passava férias no Brasil. Comentou que sonhava ter um Karmann-Ghia vermelho como o do irmão, mas que os preços desse modelo no Brasil eram proibitivos.
O restaurador disse que esse era um carro bem acessível nos EUA. E, assim que voltou, começou a busca.
Encontraram um de origem alemã, 1971, vermelho, mas com motor de Porsche. O antigo dono não deveria estar lá muito satisfeito com o desempenho do original, de 50 cv. Ribeiro não pensou duas vezes: repôs o motor VW e deu início à restauração completa. Sua ideia romântica do Karmann-Ghia original não poderia ser corrompida.
O modelo chegou aqui, e Ribeiro o utiliza nos fins de semana. Já acostumado ao câmbio automático do seu outro veículo do dia a dia, o Karmann-Ghia ajuda a lembrar como é prazeroso trocar as marchas. Diz ele que, igual as contas que às vezes faz no papel, sem calculadora, o Karmann-Ghia também serve para desenferrujar o cérebro.