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Hyundai expande produção de carros movidos a hidrogênio

Preço elevado é o maior obstáculo para consolidação de tecnologia que não emite poluentes

RICARDO MIOTO ENVIADO ESPECIAL À COREIA DO SUL

A Hyundai iniciou neste ano, na Coreia do Sul, a primeira linha de produção em massa de carros a hidrogênio. São pouco mais de 200 automóveis por ano, um por dia útil, em Ulsan, no sul do país.

A tecnologia utiliza um sistema que gera eletricidade por meio de reações eletroquímicas entre o hidrogênio -que é armazenado em um tanque especial- e o oxigênio do ar. A energia resultante põe o veículo em movimento, e o escapamento emite apenas vapor d'água.

A vantagem do hidrogênio é a rápida recarga. Encher um tanque leva três minutos, enquanto um carro elétrico precisa ficar plugado na tomada por várias horas.

O modelo da Hyundai é o utilitário esportivo ix35. Seu ponto fraco está no preço: na Coreia do Sul, essa versão custa US$ 150 mil (R$ 361,4 mil), cinco vezes mais que a opção a gasolina. Para a montadora, o aumento na escala vai reduzir os valores.

Os locais mais promissores para essa tecnologia são o Japão e o estado da Califórnia, onde já há algumas dezenas de estações de hidrogênio e outras estão a caminho.

Como a Hyundai não atua no mercado japonês, é preciso conquistar os californianos. A empresa já oferece a eles o ix35 a hidrogênio no sistema de leasing a US$ 499 por mês (R$ 1.200), com abastecimento grátis.

"Não será fácil, o objetivo inicial é sobreviver", diz Sae Hoon Kim, engenheiro sênior da Hyundai. Ele aponta um problema do tipo "primeiro o ovo ou a galinha" no setor.

"Os consumidores precisam de uma rede de estações para passar a comprar carros a hidrogênio, mas para que as estações sejam viáveis, é preciso ter consumidores. É nesse momento que a atuação dos governos é importante."

Existem 13 estações de hidrogênio na Coreia do Sul, a maioria construída pela própria Hyundai. Kim reclama que o governo local não apoia a criação de uma rede maior.

AO VOLANTE

A Folha dirigiu o ix35 a hidrogênio na Coreia. Diferentemente de um carro com motor a combustão, ele é silencioso (como um elétrico) e não vibra. Não há perda aparente de desempenho, e a potência equivale a 136 cv. A autonomia supera os 500 km.

O carro pode demorar cerca de 30 minutos para esquentar e começar a funcionar. Segundo Kim, esse valor tem diminuído, e os engenheiros estão trabalhando para zerá-lo.

Outra questão é a obtenção do hidrogênio, que reage com o oxigênio do ar gerando energia e água. O ideal que é ele seja obtido como resíduo da indústria química, com custo quase zero.

Outra forma de obtenção é por hidrólise, mas aí é necessário gastar energia. E se tal energia vier de fontes que geram gases-estufa, como o carvão, segue havendo impacto no aquecimento global.

Por fim, como as estações ainda são poucas e subsidiadas, não há como estabelecer um valor médio preciso do hidrogênio -oferecer combustível grátis é uma tentativa de driblar tal imprevisibilidade.

Viagem a convite da Hyundai


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