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Marcas apostam na interatividade a bordo

"Smartcars" devem se popularizar até meados desta década, acreditam os fabricantes americanos de automóveis

Indústria trabalha para popularizar a tecnologia, que, nos moldes atuais, mais atrapalha do que ajuda a quem dirige

DO ENVIADO ESPECIAL A DETROIT

Ao entrevistar 9.000 jovens norte-americanos, a Chevrolet constatou que 54% deles estão mais interessados nas redes sociais do que nos carros. Para tentar fisgar essa "geração Facebook", as montadoras sabem que precisam equipar rapidamente os automóveis com sistemas interativos de comunicação e acesso à internet.

Os chamados "smartcars" devem se popularizar até meados desta década, preveem os fabricantes. O termo "smart" (esperto, inteligente) já é usado para definir os celulares multifuncionais.

Pelo painel da nova geração do conversível Mercedes SL, apresentado no Salão de Detroit, o motorista pode consultar informações como a previsão do tempo e a situação do trânsito, dados disponíveis na rede mundial de computadores. Mas é preciso ter celular 3G para intermediar a conexão.

Os recursos ainda são limitados, reconhece a montadora. E diz ser proposital, para evitar que o condutor se distraia com a tela no trânsito.

"O grande desafio é criar um sistema seguro, seja ele comandado por voz ou pelos movimentos do corpo, como em videogames modernos", explica Thomas Weber, do conselho de pesquisa e desenvolvimento da Mercedes.

As montadoras já conversam com as redes sociais para criar ferramentas específicas de localização e comunicação entre os motoristas.

MOTORISTA.COM

Imagine um GPS que consiga mapear quais dos seus amigos estão transitando nas redondezas? Assim dá até para marcar um encontro num bar próximo e fazer a reserva da mesa, tudo on-line.

Esse é o conceito Code 130R, da Chevrolet. O esportivo futurista traz ainda visores de LCD no lugar dos tradicionais mostradores analógicos. Baixando um aplicativo, dá para deixá-los iguais aos da Ferrari 458.

Já a Ford anunciou no principal salão norte-americano que duplicará seus investimentos em tecnologia nos próximos anos, ampliando suas parcerias com empresas como Microsoft, Apple e Google.

"O 'smartcar' também auxiliará o motorista a dirigir, alertando-o sobre a iminência de um acidente ou corrigindo algum deslize", acrescenta Antônio Baltar, gerente de produto da Ford. No ano passado, a empresa apresentou o protótipo de um utilitário que andava sozinho, guiado pelas faixas de trânsito.

Segundo Baltar, em poucos anos o motor deixará de ser o maior diferencial de um automóvel moderno: a conectividade a bordo é que irá classificá-lo.

Até lá, os países precisarão atualizar seus códigos de trânsito. A maioria não prevê a utilização desses equipamentos.

(FELIPE NÓBREGA)

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