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Em alta, automóveis antigos viram alvo de ladrões de carro

Aumento de interesse entre os jovens pelos modelos vintage impulsiona o mercado negro de peças

Útil na recuperação dos clássicos, a internet também serve aos bandidos, que colocam peças à venda em sites

Zé Carlos Barretta/Folhapress
Mario Medice recuperou seu Opala 1972 com a ajuda da internet
Mario Medice recuperou seu Opala 1972 com a ajuda da internet

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

O Fusca 1973 do militar reformado Marcos Siqueira, 75, passou na inspeção de originalidade, mas não chegou a ter a placa preta fixada. Foi roubado antes.

"Entraram no estacionamento só para levar o meu Volks", diz Siqueira, que procura pelo sedã vermelho desde o episódio, em dezembro.

Segundo o Clube do Carro Antigo do Brasil, o roubo de veículos com mais de 30 anos é cada vez mais comum. "Principalmente depois que o mercado de antigos ganhou força, de uns três anos para cá", calcula o presidente da entidade, Ricardo Luna.

O governo do Estado não contabiliza as ocorrências conforme o ano do veículo. Mas, de 2008 a 2011, o número total de furtos e roubos cresceu 16% em São Paulo, chegando a 184,2 mil registros.

PRESAS FÁCEIS

A precariedade dos antifurtos originais dos antigos os transformam em presas fáceis. O fato de chegarem a custar até mais que um zero-quilômetro é outro chamariz.

Nacionais dos anos 1960 e 1970, como o Fusca e o Dodge Charger, são visados por terem virado moda entre os jovens.

Sem tantos recursos financeiros, muitos dos novos consumidores optam por um exemplar em mau estado e mais barato para, em seguida, fazer uma restauração. A prática, indiretamente, acaba fomentando o mercado negro, já que a maioria das peças de reposição deixaram de ser fabricadas há décadas.

Como as seguradoras não oferecem apólices para os antigos -de difícil precificação-, uma alternativa para proteger esse tipo de carro é o rastreador por GPS ou telefonia, que facilita a localização. O serviço custa cerca de R$ 80 por mês.

A internet também tem ajudado na recuperação. "Assim que levaram meu Chevrolet Opala 1972, disparei centenas de e-mails. Acharam o carro logo depois", conta Mario Medice, 36.

"A notícia se espalhou de tal forma que, depois que encontrei o automóvel, um sujeito me ligou para dizer que tinha visto o Opala entrando em uma garagem. Por sorte, era eu chegando em casa."

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