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Câmbios ganham mais marchas para reduzir consumo

Transmissões de múltiplas velocidades conquistam mercado com promessa de conforto e eficiência

A Land Rover colocou oito velocidades no Range Rover Sport e no Discovery 4; Chevrolet terá Cobalt de seis

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até pouco tempo atrás, carros equipados com câmbio manual tinham cinco marchas. No caso dos automáticos, eram quatro velocidades. A evolução mecânica dos automóveis está mudando esses números.

"Câmbios com mais marchas permitem ao fabricante novas possibilidades para trabalhar as relações da transmissão, podendo priorizar determinado comportamento", explica o professor de engenharia mecânica Ricardo Bock, da FEI (Fundação Educacional Inaciana).

A Land Rover, por exemplo, acaba de lançar uma nova caixa automática de oito velocidades para as versões V6 a diesel do Range Rover Sport e do Discovery 4.

"As novas relações, aliadas à capacidade de realizar várias mudanças de uma só vez, permitem que o motor trabalhe sempre na zona mais eficiente de seu desempenho", afirma Paul Walker, engenheiro-chefe do projeto.

Segundo Walker, o novo sistema de transmissão propicia a redução do consumo de combustível e, consequentemente, a menor emissão de poluentes.

A alemã Volkswagen busca os mesmos resultados com a adoção do câmbio manual de seis marchas e do automático de oito velocidades em diferentes versões da picape média Amarok.

Após a adoção em utilitários, esportivos e modelos médios, as caixas mais modernas começam a chegar em modelos mais em conta.

O sedã Cobalt é o primeiro. A Chevrolet lança no próximo mês uma versão com motor 1.8 e transmissão automática de seis velocidades.

"Há uma parcela de consumidores interessada em mais conforto nos modelos de entrada e disposta a pagar um pouco mais por isso", avalia Gustavo Colossi, diretor de marketing da Chevrolet.

O princípio básico dos câmbios é sempre o mesmo. Relações mais curtas nas primeiras marchas entregam maior torque em baixas rotações. Na prática, deixam o carro mais forte nas arrancadas. As mais altas têm suas relações alongadas para oferecer mais conforto e economia.

MENOS

Muitos automóveis automáticos, porém, ainda trazem transmissões de quatro velocidades.

A Toyota defende o uso do sistema no Corolla, líder de vendas no seu segmento.

"Com quatro, conseguimos bom desempenho e baixo consumo, sem elevar o preço", defende Kenji Watanabe, engenheiro da divisão de motores da Toyota.

No passado, existiam ainda menos marchas. Lançado em 1969, o Chevrolet Opala oferecia caixas de três velocidades. As de quatro marchas chegaram na década de 1970 com a promessa de menos consumo e melhor desempenho -o mesmo discurso de hoje.

(RICARDO RIBEIRO)

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