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Carro elétrico levará pelo menos 5 anos para se popularizar no país

Para especialistas, alto custo da tecnologia e falta de legislação para o segmento são entraves

Hoje mercado nacional dispõe de apenas duas opções de híbridos, que emplacaram, em 2011, cerca de 200 unidades

FELIPE NÓBREGA
DE SÃO PAULO

Os carros elétricos devem ser assunto na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece entre os dias 13 e 22 de junho na capital fluminense.

Já comercializados em mercados maduros, os automóveis "verdes" ainda são ignorados no Brasil. Não há uma categoria tributária específica para enquadrá-los.

A tabela de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), por exemplo, prevê a venda de veículos para se deslocar sobre a neve, mas não contempla os elétricos de passeio.

Por isso, entram na faixa máxima de IPI, que pode chegar hoje a 55%- percentual igual ao cobrado pelos possantes e poluidores utilitários V8 importados.

Executivos ligados ao setor automotivo ouvidos pela

Folha afirmam que a presidente Dilma Rousseff deverá anunciar na Rio+20 medidas para estimular a inovação e o desenvolvimento de carros elétricos no país.

Ainda que de fato sejam divulgadas novidades para o setor, não deverão significar a popularização imediata dessa tecnologia, mais cara que os sistemas a combustão dos veículos tradicionais.

"O carro elétrico levará ao menos cinco anos para se popularizar no Brasil", afirma Jaime Buarque de Holanda, presidente do conselho da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

De acordo com o engenheiro, o primeiro passo será dado pelos modelos híbridos (que usam dois motores, um a combustão e um elétrico, para ajudar a poupar combustível e a reduzir as emissões de gases poluentes).

Somente a partir de 2022 os carros 100% elétricos terão fatia de mercado mais expressiva, acredita a Anfavea (associação das montadoras).

Projeções da ABVE apontam que, em dez anos, quase um quarto dos veículos novos deverão ser movidos por algum tipo de propulsão elétrica.

MERCADO

Carros elétricos não são novidade. Relatos históricos mostram que eles já existiam desde antes de 1890, mas sempre esbarraram em questões como o alto custo de produção e a baixa autonomia das baterias.

Hoje, rodam cerca de 150 km com uma carga de oito horas na tomada -encher o tanque de um hatch a gasolina leva menos de 5 minutos, e a autonomia supera os 700 km.

Só dois modelos elétricos são comercializados no país atualmente, os sedãs Mercedes S400 (R$ 367 mil) e Ford Fusion Hybrid (R$ 134 mil), que custam até 60% mais que suas versões tradicionais.

No segundo semestre desembarca o Toyota Prius, de aspecto mais jovial.

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