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Dono gasta R$ 20 mil para fazer de Gurgel um carro elétrico BR-800 ano 1992 ganhou novo motor e baterias especiais Compacto passa 8 horas plugado numa tomada para 'encher o tanque' e roda 10 km com cerca de R$ 1 de energia
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE BLUMENAU (SC) O engenheiro eletricista catarinense Carlos Eduardo Pimpão utilizou suas habilidades profissionais para transformar seu Gurgel BR-800 num veículo mais econômico e menos poluente. Com R$ 30 mil, ele comprou o carro e o adaptou para rodar com energia elétrica. Agora, gasta apenas R$ 4 para "encher o tanque" -o abastecimento é feito em uma tomada. Pimpão decidiu adaptar o Gurgel em 2010, depois de comprá-lo em São Paulo e levá-lo numa cegonheira até Blumenau (SC), onde mora. Entre os motivos da escolha do modelo estava a vontade de homenagear o engenheiro e industrial João do Amaral Gurgel, responsável por montar no Brasil os primeiros carros elétricos nos anos 1970. "A ideia também era ter um veículo que poluísse menos, que não prejudicasse o ambiente e fizesse menos barulho", diz Pimpão. Depois de seis meses de montagem, o engenheiro conseguiu adaptar o carro. O motor chinês está ligado a dez baterias de chumbo de 75 Ah, que consumiram R$ 10 mil, a maior parte do investimento. Com uma carga de 10 kWh por 8 horas seguidas ele ganha autonomia de 40 quilômetros. Se comparado ao combustível, equivaleria a 25 quilômetros com um litro de gasolina, quase o dobro da eficiência de um compacto 1.0 em trânsito urbano. O Gurgel adaptado, no entanto, não ultrapassa a marca dos 60 km/h. "Numa cidade pequena ou média, onde os trajetos variam entre 10 km e 15 km, o veículo atende muito bem à necessidade para o uso cotidiano", afirma ele. REGULAMENTAÇÃO O engenheiro também tem uma Nissan Livina, não adaptada, e garante que a eficiência do motor elétrico é melhor. "O carro a gasolina tem um rendimento muito baixo e dissipa mais energia. A eficiência do Gurgel fica acima de 90%, com um desperdício menor", compara. Nas ruas, o carrinho chama a atenção pelo modelo, ano 1992, e pelo silêncio. O problema, segundo Pimpão, está na regularização do carro elétrico. "Mesmo com a documentação do BR-800 em dia, não existe no país uma empresa especializada para fazer uma inspeção que garanta a transferência da documentação." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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