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Preço do carro zero caiu, em média, 3,4% após um mês de redução do IPI

Estudo feito pelo Datafolha mostra ainda que, com o fenômeno, já há reflexos na cotação de usados

Troca exige cálculo, pois a depreciação do usado pode ser maior o desconto oferecido nos modelos novos

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um mês após a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros zero, os preços baixaram e as vendas voltaram a subir.

A diminuição, porém, ainda é pequena, e quem utiliza um veículo usado na troca deve ficar atento para não ter prejuízo, pois o valor do seminovo também está caindo.

O levantamento do Datafolha comparou as tabelas de preços de modelos novos de maio e junho. Nesse período, o zero-quilômetro ficou, em média, 3,4% mais barato.

Carros não beneficiados pela alíquota menor interferem na média (veja ao lado), e os percentuais variam de acordo com a marca e o modelo, uma vez que há faixas diferentes de desconto.

A versão popular do Fiat Uno (1.0), por exemplo, caiu quase 10%, passando de R$ 29,8 mil para R$ 26,8 mil.

Segundo dados da Fenabrave (federação das concessionárias), as vendas aumentaram 19% na primeira quinzena do mês.

Mas, para o professor de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana, o consumidor não deve se afobar para comprar.

"O ideal é esperar. As margens de lucro dos fabricantes ainda são altas e há espaço para reduções. Estoques elevados também permitem barganha."

Já Milad Kalume Neto, da Jato Dynamics Brasil, consultoria especializada no setor, não acredita em reduções de preço maiores que as atuais.

"O mercado brasileiro possui alta demanda mesmo com preços elevados e as quatro marcas que dominam 70% das vendas têm força para segurar os valores em patamares altos", avalia Neto.

USADOS

Vigente até 31 de agosto, o incentivo fiscal beneficia, principalmente, quem está comprando o primeiro automóvel, porque a redução de preços dos novos tende a achatar também o valor do usado.

Segundo o Datafolha, a desvalorização média dos veículos usados no período foi de apenas 1,3%. Mas, segundo a Fenabrave, esse índice deve subir, porque o segmento demora a absorver os efeitos do mercado de novos. A previsão é que o valor dos usados caia entre 10% e 12% nas próximas semanas.

Dependendo do modelo escolhido, a perda com a depreciação do usado pode ser maior que o desconto oferecido nos modelos novos, ampliando o valor que será pago na troca.

É o caso do músico Eduardo Miranda, 32, que se animou com a queda de preço do Chevrolet Agile 2012, de R$ 37 mil para R$ 34 mil. Mas a avaliação de seu Chevrolet Corsa 2008, que seria utilizado na troca, passou de R$ 23 mil para R$ 19 mil. Ou seja: Miranda precisaria desembolsar R$ 1.000 a mais para sair da loja de carro novo.

"Concessionárias costumam desvalorizar o usado que entra como parte do pagamento para aumentar o lucro. O consumidor deve ficar atento, comparar preços e, se for o caso, vender em loja diferente da que irá comprar o veículo novo", orienta Dana.

Outra saída é fechar negócio direto com um comprador, o que requer cuidado redobrado com a documentação e a transação financeira.

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