Menos fumaça

São Paulo é hoje a quinta metrópole mais poluída do mundo, com índice de poluição três vezes acima do aceitável, aponta pesquisa do Laboratório de Poluição Experimental da Faculdade de Medicina da USP.

Ações simples como a mudança de hábitos ao volante e a manutenção preventiva dos veículos naturalmente não resolvem o problema, mas podem colaborar para minimizar uma parte dele.

Exceder o prazo recomendado para a troca do óleo pode causar danos ao motor e torná-lo mais poluente. Filtros, mangueiras e vela de ignição são itens que também pedem atenção.

Usar pneus e rodas de medidas recomendadas pelo fabricante e com a pressão correta ajuda a diminuir o consumo, tornando o carro menos nocivo ao ambiente.

"É indicada também uma visita ao mecânico de confiança ou concessionário a cada 10 mil quilômetros", lembra Waldemar Christofoletti, consultor da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

Combustíveis adulterados também são nocivos. O catalisador do veículo não está pronto para transformar o líquido modificado em gases menos poluentes.

O gás natural veicular (GNV), visto há algum tempo como um combustível limpo, pode ser um vilão caso a instalação não esteja regular.

"O carro a gás pode poluir até cinco vezes mais por causa de conversões malfeitas", alerta Gabriel Murgel Branco, especialista em controle de poluição veicular.

Outro estudo da USP mostrou que a Inspeção Ambiental Veicular tem dado bons resultados na capital.

Segundo o levantamento, 1.515 internações e 584 mortes por problemas respiratórios e cardiovasculares foram evitadas na cidade em 2011.

A maneira como o motorista dirige também está relacionada ao consumo de combustível e, consequentemente, aos gases poluentes emitidos pelo carro. O ideal é um rodar mais "suave", exigindo menos energia do motor. Trocas de marchas devem ser feitas entre 2.000 e 3.000 rotações, indicam especialistas.