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Farol Alto

EDUARDO SODRÉ eduardo.sodre@grupofolha.com.br

Merecemos mais

Maravilhas que prometem redimir o automóvel só chegarão aos carros baratos na próxima década

Os carros compactos europeus receberam motores avançados nos últimos anos. Um deles é o diminuto 1.0 Ecoboost, da Ford, que faz milagres com três cilindros e um turbo, poluindo pouco. No Brasil, temos o sistema flex. Tecnologia interessante aplicada sobre bases obsoletas.

Nos Estados Unidos, os fabricantes correm para se adequar às metas de redução de consumo propostas pelo governo Obama. Como os norte-americanos são avessos aos motores pequenos, a tecnologia híbrida, que concilia gasolina e eletricidade, surge como solução e recebe incentivos fiscais.

deste lado do Equador, a redução de consumo e emissões não está no centro dos debates. O novo regime automotivo fala sobre o tema, mas generaliza ao colocá-lo dentro do pacote de avanço tecnológico. É pouco diante do atraso.

Nossas soluções não conversam com o que há de mais eficiente no mundo. Um exemplo: os engenheiros locais trabalham pesado para criar um sistema de injeção direta capaz de reconhecer com a mesma eficiência o etanol e a gasolina. O que existe hoje no mundo foi pensado para um único combustível.

Quando estiver pronto, será caro. Para a conta fechar, chegará aos poucos, primeiro em modelos de alto preço, até ganhar escala de produção. Enquanto isso, vamos convivendo com pequenas melhorias, que deverão ser suficientes para atingir as metas de consumo estabelecidas pelo governo até 2017.

Tudo bem, já é alguma coisa. O cliente gastará menos com abastecimento e, de quebra, os níveis de emissões diminuirão. Mas as maravilhas tecnológicas que prometem ser a redenção do automóvel só chegarão aos carros mais baratos na próxima década.

Merecemos mais. O Brasil é um dos mercados mais importantes da atualidade, um porto seguro para uma indústria em crise. A questão das emissões de poluentes e de CO₂ exige mais do que um ou dois parágrafos em uma nova legislação.

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