Índice geral Veículos
Veículos
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Variações do câmbio

Transmissões automáticas oferecem respostas e conforto diferentes, de acordo com a tecnologia usada

RICARDO RIBEIRO
DE SÃO PAULO

A venda de carros que dispensam o pé na embreagem dobrou e o desejo por eles triplicou em três anos, segundo pesquisas de fabricantes.
O funcionamento dos câmbios, porém, varia tanto quanto as moedas em tempos de crise. No teste Folha-Mauá, levamos para a pista os três principais tipos de transmissão em carros na mesma faixa de preço (R$ 55 mil): Volkswagen Polo automatizado, Honda City automático e Nissan Sentra CVT (continuamente variável).
Mais simples, a caixa automatizada é um primo pobre em desempenho e conforto.
Não há pedal, mas a embreagem está lá, controlada por dois atuadores.
Quando a central eletrônica detecta a necessidade de troca, o primeiro aciona a embreagem e o segundo direciona o garfo de mudanças para engrenar as marchas.
Assim como no câmbio manual, é preciso reduzir a aceleração para que a troca aconteça com suavidade. A diferença é que, no automatizado, não é possível dosar a embreagem com o pé.
Para reduzir marchas, o sistema derruba a rotação do motor. Isso gera solavancos, o ponto fraco do câmbio.
O I-Motion, feito pela Magneti Marelli e que equipa o Polo sedã, não é um colapso grego como o Easytronic, o automatizado da Chevrolet Meriva. Mas também vacila, apesar do bom entrosamento com o motor VW 1.6 de 104 cv.
A indecisão em baixas velocidades e os trancos irritam no anda e para urbano. Realizar as trocas por meio das borboletas atrás do volante (opcionais), contudo, minimiza o problema.
O automático convencional, como o do City, é mais suave e segura melhor o carro em ladeiras. Não há embreagem. Em seu lugar, entra o conversor de torque, o labirinto por onde passa o óleo da caixa e engrenagens de tamanhos diferentes. Complexo e funcional.
Mas o City não é o melhor exemplo do segmento. As relações do Honda são longas, as trocas, lentas e, quase sempre, o carro responde às investidas no acelerador com giros altos e muito barulho, mesmo com o 1.5 de 116 cv.
Com ele, prefira pegar estrada e rodar em velocidades constantes.

DISCRIÇÃO
Já o automático CVT combina bem com o discreto Sentra. O funcionamento é o mais suave do trio, com desempenho acima da média. No Nissan, a transmissão vive um casamento perfeito com o motor 2.0 de até 143 cv.
Todo câmbio usa uma escala de marchas para aproveitar melhor o torque do motor, conforme a situação.
No CVT, o conjunto de engrenagens que transmite o torque é substituído por um sistema de polias que gera infinitas variações entre a marcha mais alta e a mais baixa, eliminando trancos e entregando comodidade no trânsito carregado da cidade.
É o sistema mais caro e também o mais eficaz para quem busca conforto.

As montadoras cederam os carros para teste

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.