São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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E o tempo fechou

Após 12 anos, Porsche Boxster S ganha retoques e mostra que pode ser divertido até na chuva

Fotos Divulgação
Inspirado no Porsche Carrera GT, farol traz lâmpadas de xenônio duplas direcionais e LEDs

FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A MAZARA DEL VALLO (ITÁLIA)

O lançamento de um Porsche na Itália até parece provocação à Ferrari. Afinal, relembra as sucessivas conquistas da marca alemã entre os anos 50 e 70 na Targa Florio, competição italiana que consagrou modelos como o Porsche 550 Spyder.
E foi nas mesmas estreitas e sinuosas estradas da região serrana da Sicília que a segunda geração do Boxster S pôde ser avaliada pela Folha. "É num circuito travado que se exploram as virtudes de um esportivo ligeiro", diz o chefe de engenharia Rolf Frech.
Nota-se antes que os faróis e os para-choques foram reestilizados. Pudera: já são 12 anos desde o lançamento do esportivo que ajudou a marca a superar a crise dos anos 90. A maior evolução da versão anabolizada do Boxster, a S, porém, só é percebida quando você senta no banco do "piloto". A um toque do pedal do acelerador estão agora 310 cv (cavalos), 15 cv a mais do que a geração anterior, que não trazia a injeção direta de gasolina.
Outra novidade é a opção do câmbio de sete marchas com dupla embreagem (PDK), que, assim como no Porsche 911, proporciona trocas verdadeiramente rápidas e suaves. Podem não agradar, entretanto, as teclas no volante para a troca manual das marchas.

Cardíacos
Caso o Boxster S viesse com bula, o dispositivo de arrancadas não seria algo recomendado para cardíacos. Um botão no painel permite saídas em rotação máxima e tração suficiente para empurrar os ocupantes contra o encosto do banco. Um "tiro", que pode passar dos 270 km/h.
Antes disso, a suspensão endurece, enquanto um pequeno aerofólio surge do prolongamento da tampa do porta-malas para dar mais estabilidade. Mais uma curva fechada se avizinha. Nessa velocidade, só de tirar o pé do acelerador os freios de cerâmica do conversível já "entendem" que devem se aproximar das rodas de aro 19. Entre uma redução de marcha e outra, um rugido sai do escapamento duplo central e ecoa pela bela estrada siciliana.
No universo dos esportivos considerados puro-sangue, prestígio e performance são fundamentais para justificar cifras estratosféricas. A segunda geração do Boxster S, prometida para chegar no Brasil em maio, não custará menos de R$ 300 mil, valor acima do de outros "roadsters" com motores de seis cilindros, como o Mercedes-Benz SLK 350 (R$ 275 mil).
Mas o preço do Porsche é uma pechincha se comparado aos R$ 760 mil do Maserati GranTurismo (405 cv). Os dois aceleram de 0 a 100 km/h em 5,2s, dizem seus fabricantes.
Já a versão "amansada" do Boxster, agora equipada com motor 2.9 de 255 cv, provavelmente perderá o posto de Porsche mais barato do país para o cupê Cayman (R$ 268 mil). Se nenhum deles for suficiente para você, espere até março para conhecer o novo 911 GT3 no Salão de Genebra. A Porsche diz que ele terá motor de 435 cv, capaz de levá-lo a 312 km/h de velocidade máxima.


O jornalista viajou a convite da Porsche, que cedeu o carro para avaliação



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