Novo motor Chevrolet tem até 24 cv a mais que o da Fiat, dando fôlego em especial às vendas

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Nos cinco primeiros meses deste ano, o Fiat Palio deu um banho no Chevrolet Corsa. A diferença no emplacamento foi de 63.999 unidades.
Está certo que cerca de 70% das vendas do Palio são com a carroceria anterior, mas a General Motors agiu. Não trouxe o design europeu, mas está de olho no bolso do cliente.
Acompanhado por uma barra cromada na grade do radiador, novos faróis e pára-choque e grafismos internos diferentes, o motor 1.4 é a grande arma do Corsa. A cilindrada responde por 19% das vendas do Palio.
A vantagem do motor 1.4 é ter mais desempenho que um 1.0, sem um consumo muito maior. No lado negativo, o Palio se aproxima mais de um "popular"; no positivo, é o Corsa.
Com potência que vai de 99 cv (cavalos) a 105 cv, dependendo do combustível, o Corsa, em todas as provas de aceleração do teste Folha-Mauá, bateu o Palio, que dispõe de 80 cv com gasolina e 81 cv com álcool.
Pesando 75 kg a menos que o Chevrolet, o Fiat supera o concorrente em algumas retomadas, principalmente com gasolina. Entre 40 km/h e 80 km/h, o atraso é de 0,08s -do Corsa.
Passada a fase emocional da compra -se tal afirmação cabe para carros que levam até 13,82s para ir a 100 km/h-, o Corsa também passa o Palio.

Acessórios
O preço de tabela do Corsa é de R$ 30.990, R$ 1.230 a menos que o do Palio. Os dois têm pára-choques pintados na cor do carro e limpador do vidro traseiro, mas direção hidráulica e ar-condicionado são opcionais.
A direção do Corsa custa R$ 1.700. O acessório do Palio obriga a compra do vidro dianteiro elétrico e da trava acionada a 20 km/h: sai por R$ 1.917. Enquanto o ar-condicionado do Corsa tem preço de R$ 3.500, a Fiat cobra R$ 3.816.
O leque de opcionais do Palio é maior, mas, com freios com EBD (distribuição da força de frenagem) e retrovisores elétricos, o preço vai a R$ 50.425. O Corsa pára em R$ 38.790.
Além disso, o motor 1.4 do Corsa -agora também oferecido na Montana- faz o compacto ser mais econômico que seu concorrente, que passou por uma grande plástica em março.
Na cidade, o Corsa consegue percorrer 8,2 km com um litro de álcool contra 7,9 km do Palio. Em trecho rodoviário, a diferença sobe para 1 km/l.
Reverter um quadro negativo não é difícil para o Corsa. Mas, como disse à Folha Marcos Munhoz, diretor geral de marketing e vendas da GM, "se o Corsa não for agora..."