São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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PICAPE

Modelo da Ford ganhou reestilização, trocou a suspensão e teve espaço interno aumentado e bancos redesenhados

Motor e painel sobrevivem na Ranger

JOSÉ AUGUSTO AMORIM
ENVIADO ESPECIAL A TATUÍ

O cliente pediu, a Ford atendeu. Foram três anos de pesquisa para dar mais do que uma nova cara à Ranger. Além do desenho inspirado nas F-150 (que não existe aqui) e F-250, a picape ganhou uma suspensão mais "agradável" e muito mais espaço no habitáculo. O motor, porém, continua o mesmo.
Disponível a partir do fim do mês e focada no consumidor da América Latina, a nova Ranger quer passar a idéia de robustez, modernidade e evolução. A frente está mais alta; os retrovisores, maiores. Na lateral, apenas frisos e maçanetas foram repaginados. A traseira mantém os traços básicos da geração anterior, mas passa a ostentar um grande oval azul no centro da tampa da caçamba.
O interior está consideravelmente mais espaçoso. Os trilhos têm maior curso, e os bancos inclinam mais. O motorista pode regular a altura de seu assento, e as versões mais luxuosas trazem a opção de ajuste lombar.

Mecânica
A diesel, a Ranger continua com duas opções de motorização: uma de 132 cv (cavalos) e outra de 135 cv. A Mitsubishi L200 Sport desenvolve 141 cv, mas a Ford é a picape com melhor torque da categoria. São 38,2 kgfm a apenas 1.400 rpm. O motor é eficiente, mas não o suficiente para proporcionar um desempenho melhor do que anteriormente.
De fato, a Ranger ficou mais lenta. Antes, partindo da imobilidade, chegava a 100 km/h em 13,24s. Agora, são necessários 13,55s. As retomadas também pioraram. Exemplo: de 40 a 80 km/h, o tempo passou de 9,66s para 11,53s.

Conforto
Mas esses números não são tão importantes para um carro que foi feito para rodar na terra. E a nova suspensão faz toda a diferença. Com direito a molas auxiliares, ela absorve bem valetas e possíveis pulos que a picape dê -na prática, isso quer dizer que motorista e passageiros não sacolejam tanto como antes.
Os pneus de uso misto foram desenvolvidos especialmente para o modelo e, diz a Ford, ajudam a reduzir o nível de ruídos. A fábrica também afirma que usou um revestimento mais eficiente -e mais fino, contribuindo para aumentar o espaço interno. Segundo o teste Folha-Mauá, a Ranger registrou 68 dBA a 80 km/h, ante 75 dBA da geração anterior.

Mais cara
Todas essas inovações deixaram a Ranger, em média, 1,3% mais cara -de acordo com a montadora, não foram repassados os gastos do investimento, mas de insumos como o aço.
A versão mais em conta é a XLS, que traz direção hidráulica, ar-condicionado e trio elétrico de série. Ela vai de R$ 45,9 mil (4x2, gasolina, cabine simples) a R$ 76,5 mil (4x4, diesel, cabine dupla).
Há ainda a opção XLT, que, 4x2, custa R$ 74,9 mil -R$ 9.700 mais em conta que com tração integral. A topo de linha é a Limited, que pode ser pintada em dois tons, tem detalhes cromados e chega a R$ 88,5 mil. No Brasil, o mercado de picapes se concentra na faixa entre R$ 67 mil e R$ 91 mil.


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