São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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Pais e filhos

Às vésperas do Dia dos Pais, o "filho" Honda City, cria do Fit, mostra que tem design e espaço interno privilegiados, mas é mimado e bem caro; compensa?

Caio Mattos/Divulgação
Por fora, o sedã City (à dir.) nem parece que herda o motor 1.5
de 116 cv e a plataforma do Fit


FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS

Quando a filha da apresentadora Xuxa nasceu, há 11 anos, o parto dominou o "Jornal Nacional", da TV Globo. Querendo ou não, a menina carrega o peso de ser filha de celebridade. O Honda City também.
Seu "pai", o Fit, fez tanto sucesso que, desde 2004, procura um adversário à altura no segmento de monovolumes.
Enquanto não acha, dá cria. Cede motor, plataforma e mimos para um sedã que sonha em ser o "irmão" mais velho, o Civic. Mas não será fácil assim. Não pelas qualidades. O City surpreende em todos os sentidos, sejam eles positivos ou negativos. O design é marcante, o espaço interno, admirável, e o porta-malas, nem se fala.
Dá um banho no porta-cadeira-de-praia-de-criança do Civic. Neste, o vão do bagageiro é pequeno e, dentro, só cabem 340 litros. No City, vão 506 litros. É só um galão d'água a menos que no do Vectra, o orgulho sedã da Chevrolet.
Nem o "pescoço de ganso" -dobradiças aparentes que amassam as malas- tira o brilho de tanto lugar vazio.
"No City, o tanque de combustível fica embaixo do banco traseiro, como no Fit. Já no Civic, ele vai sob o bagageiro", explica Alfredo Guedes, engenheiro da Honda.
Faz sentido e, no Civic, faz sucesso. Essa geração está no terceiro ano de vida e nem pensa em aposentadoria. Continua como líder do segmento e emplaca 5.000 unidades por mês. "Deve haver canibalização. Pelo ciclo de vida, as vendas do Civic devem se estabilizar em 3.500 unidades por mês, assim como as do Fit. O City deve ultrapassá-los e chegar a 5.000 carros por mês até dezembro", prevê Alberto Pescumo, gerente-geral comercial da Honda.

1.5 ou 2.0?
No mínimo, otimista, levando em conta que o City é caro. Parte de R$ 56.210 (LX com câmbio manual) e chega a exorbitantes R$ 71.095 (EXL com transmissão automática). É mais caro do que a maioria dos sedãs médios com motores maiores (1.6, 1.8 ou até 2.0), inclusive o próprio Civic, exceto a topo de linha EXS com "paddle shift" (borboletas atrás do volante para troca de marcha). Detalhe: o City só vem com o motor flexível 1.5 16V do Fit, modesto e econômico, como aponta o teste Folha-Mauá. Para um potencial rival de Nissan Sentra e Ford Focus Sedan, as arrancadas são lentas; as retomadas, nem tanto. "O preço do City está acima da média, mas a marca entrega produto e atendimento [venda e pós-venda]", justifica Pescumo. E completa: "Pensando racionalmente, o Fit também é caro, mas vende o que vende". Como diz o ditado popular, filho de peixe, peixinho é. Ainda não convenceu.

A Honda cedeu os carros para teste


Assista ao vídeo dos Honda City e Fit

www.folha.com.br/092121



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