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Pais e filhos
Às vésperas do Dia dos Pais, o "filho" Honda City, cria do Fit, mostra que tem design e espaço interno privilegiados, mas é mimado e bem caro; compensa?
Caio Mattos/Divulgação
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Por fora, o sedã City (à dir.) nem parece que herda o motor 1.5
de 116 cv e a plataforma do Fit
FABIANO SEVERO
EDITOR-ASSISTENTE DE VEÍCULOS
Quando a filha da apresentadora Xuxa nasceu, há 11 anos, o
parto dominou o "Jornal Nacional", da TV Globo. Querendo ou não, a menina carrega o
peso de ser filha de celebridade. O Honda City também.
Seu "pai", o Fit, fez tanto sucesso que, desde 2004, procura
um adversário à altura no segmento de monovolumes.
Enquanto não acha, dá cria.
Cede motor, plataforma e mimos para um sedã que sonha
em ser o "irmão" mais velho, o
Civic. Mas não será fácil assim.
Não pelas qualidades. O City
surpreende em todos os sentidos, sejam eles positivos ou negativos. O design é marcante, o
espaço interno, admirável, e o
porta-malas, nem se fala.
Dá um banho no porta-cadeira-de-praia-de-criança do
Civic. Neste, o vão do bagageiro
é pequeno e, dentro, só cabem
340 litros. No City, vão 506 litros. É só um galão d'água a
menos que no do Vectra, o orgulho sedã da Chevrolet.
Nem o "pescoço de ganso"
-dobradiças aparentes que
amassam as malas- tira o brilho de tanto lugar vazio.
"No City, o tanque de combustível fica embaixo do banco
traseiro, como no Fit. Já no Civic, ele vai sob o bagageiro",
explica Alfredo Guedes, engenheiro da Honda.
Faz sentido e, no Civic, faz
sucesso. Essa geração está no
terceiro ano de vida e nem pensa em aposentadoria. Continua
como líder do segmento e emplaca 5.000 unidades por mês.
"Deve haver canibalização.
Pelo ciclo de vida, as vendas do
Civic devem se estabilizar em
3.500 unidades por mês, assim
como as do Fit. O City deve ultrapassá-los e chegar a 5.000
carros por mês até dezembro",
prevê Alberto Pescumo, gerente-geral comercial da Honda.
1.5 ou 2.0?
No mínimo, otimista, levando em conta que o City é caro.
Parte de R$ 56.210 (LX com
câmbio manual) e chega a exorbitantes R$ 71.095 (EXL com
transmissão automática).
É mais caro do que a maioria
dos sedãs médios com motores
maiores (1.6, 1.8 ou até 2.0), inclusive o próprio Civic, exceto a
topo de linha EXS com "paddle
shift" (borboletas atrás do volante para troca de marcha).
Detalhe: o City só vem com o
motor flexível 1.5 16V do Fit,
modesto e econômico, como
aponta o teste Folha-Mauá.
Para um potencial rival de
Nissan Sentra e Ford Focus Sedan, as arrancadas são lentas;
as retomadas, nem tanto.
"O preço do City está acima
da média, mas a marca entrega
produto e atendimento [venda
e pós-venda]", justifica Pescumo. E completa: "Pensando racionalmente, o Fit também é
caro, mas vende o que vende".
Como diz o ditado popular,
filho de peixe, peixinho é. Ainda não convenceu.
A Honda cedeu os carros para teste
Assista ao vídeo dos
Honda City e Fit
www.folha.com.br/092121
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