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Montadoras "seguram" taxa de juros
Para frear declínio das vendas, encargos ficam em 0,99%, mas aprovação ao crédito está mais difícil
ROSANGELA DE MOURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O cenário mudou, o número
de prestações caiu, e os juros
subiram, mas as montadoras
estão com estoques e dispostas
a perder parte dos lucros para
que o consumidor que se programou para comprar um zero-quilômetro não mude de idéia.
Preocupados com a queda de
vendas em outubro -foram
emplacados 225 mil carros até
o dia 30 ante 244 mil no mesmo
mês de 2007 e 268 mil em setembro-, os presidentes das
montadoras recorreram ao governo, que sinalizou que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal injetarão dinheiro
nos bancos das fábricas.
Num salão dividido entre
consumidores conferindo novidades e executivos preocupados, a bandeira empunhada é a
de que as fábricas ainda praticam taxas inferiores a 0,99% ao
mês, mesmo com a oficial Selic
em 1,08%. Segundo a Fiat, os fabricantes estão se adequando
às condições do consumidor e
criando planos que estão dentro do orçamento de cada um.
O matemático José Dutra
Vieira Sobrinho aconselha que
o consumidor não comprometa
mais de 20% da sua renda com
a prestação do carro. "A frase
"se Deus quiser vai dar certo"
não deve ser aplicada a um financiamento de longo prazo."
Para ele, o motorista tem de
lembrar que há gastos de abastecimento e de manutenção, fazendo, muitas vezes, com que o
carro consuma 50% do salário.
"Os planos de até 48 parcelas
são os mais procurados pela
nova classe média, que hoje está em torno de 25 milhões de
pessoas. Aproximadamente
40% optam por esse plano",
enumera o vice-presidente da
General Motors do Brasil, José
Carlos Pinheiro Neto.
No Banco Fiat, a aplicação da
taxa de 0,99% inclui entrada de
50% e saldo em 24 vezes. Outra
promoção dá desconto de 50%
nas seis primeiras parcelas
-mas as taxas sobem para
2,29% ao mês.
A GM cobra taxa de 0,99%
para Astra, Prisma, Classic e
Corsa, com 50% de entrada e
saldo em 24 vezes. Para o Vectra GT, a taxa cai para 0,76%.
"O crédito existe, mas os bancos dificultaram a aprovação do
financiamento", aponta Antônio Baltar, gerente-geral de
marketing da Ford.
Choro
A recomendação é "chorar"
para conseguir mais descontos
e até promoções em acessórios.
É difícil o vendedor não ceder
porque ninguém quer perder o
potencial cliente.
Para o matemático Vieira Sobrinho, é sempre melhor aumentar o valor da entrada para
reduzir as taxas de juros.
"Aproveite para tirar vantagens
deste momento [econômico] e
pesquise no maior número de
concessionárias. Opte pela revenda que lhe der a menor
prestação", recomenda.
Por fim, ele indica colocar todas as despesas no papel e, se o
cliente suportar o valor das
parcelas do financiamento, não
deverá desistir da compra.
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