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Honda CB e traços antigos seduzem saudosistas
Folha propõe test-drive a casal fã de 4 cilindros, que resiste, mas se entrega aos 115 cv da 1300
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vamos trocar as motos?",
perguntava o engenheiro Giovanni Faria, 44, sem muita certeza sobre o que pensar da nova
Honda CB 1300 Super Four.
Foi puro impulso de alguém
sentado numa CB 750 K 1974
vinho. Sem sequer ouvir a resposta, completou: "Nem morto.
Qualquer um com R$ 44 mil vai
à revenda e compra uma CB
1300. Mas a minha é raridade".
Sua mulher, a economista
Cecília Faria, 42, também fã
dos quatro cilindros em linha,
ouvia Giovanni "babar" por sua
K, enquanto esperava o mecânico instalar o escapamento de
sua CB 400 Four vermelha, que
ganhara no último aniversário.
Feita em 1976, tem a peça
com um contorno peculiar que
inspira as motos modernas.
Escape no lugar, e as três motos partem para o local da foto
acima. No trajeto, ambos driblavam carros e ônibus para admirar as combinações de cores
branca e vermelha no tanque
de 21 litros da nova CB. "A pintura do meu tanque também é
original", comenta ele, tentando se convencer de que não gostara tanto assim da Super Four.
No meio do caminho, ela já
não prestava tanta atenção aos
aros dourados de 17 polegadas
da 1300. Entupido, o carburador de sua 400 Four consumia
toda a atenção. Entre um semáforo e outro, a moto dava pistas
de que não resistiria. "Não confio nas motos antigas para viagens longas. Sempre usamos a
V-Max", diz ela, fazendo menção à Yamaha 1996 do casal.
Mesmo assim, Giovanni não
dá o braço a torcer: "Desde menino, sonhava em ter uma 750
K". Até realizar esse sonho, em
2004, teve mais de 20 motos.
"Só CB 400 e 450 tive seis."
Semelhanças
É inegável a semelhança entre as CBs. Até o amortecedor
traseiro de duplo choque está
na 1300, devidamente ajustável
por um reservatório de gás.
Giovanni pára sua 750 K e assume o guidom da Super Four.
Cecília abotoa a jaqueta de couro preta, põe o capacete e se
prepara para uma volta na garupa do marido. Lá vão eles, rumo a uma mudança de opinião.
O motor de 115 cv ajuda, mas
o torque (força) de 12 kgfm
poucas superesportivas têm.
Na volta, Giovanni deixa escapar um discreto sorriso pelo
canto da boca, que anuncia:
"Terei de vender minha V-Max
para pegar essa CB. Que moto
incrível". Mal sabia ele que a
mulher vetaria: "Não o deixo
trocar. Gosto muito da V-Max".
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