São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Honda CB e traços antigos seduzem saudosistas

Folha propõe test-drive a casal fã de 4 cilindros, que resiste, mas se entrega aos 115 cv da 1300

FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Vamos trocar as motos?", perguntava o engenheiro Giovanni Faria, 44, sem muita certeza sobre o que pensar da nova Honda CB 1300 Super Four.
Foi puro impulso de alguém sentado numa CB 750 K 1974 vinho. Sem sequer ouvir a resposta, completou: "Nem morto. Qualquer um com R$ 44 mil vai à revenda e compra uma CB 1300. Mas a minha é raridade".
Sua mulher, a economista Cecília Faria, 42, também fã dos quatro cilindros em linha, ouvia Giovanni "babar" por sua K, enquanto esperava o mecânico instalar o escapamento de sua CB 400 Four vermelha, que ganhara no último aniversário.
Feita em 1976, tem a peça com um contorno peculiar que inspira as motos modernas.
Escape no lugar, e as três motos partem para o local da foto acima. No trajeto, ambos driblavam carros e ônibus para admirar as combinações de cores branca e vermelha no tanque de 21 litros da nova CB. "A pintura do meu tanque também é original", comenta ele, tentando se convencer de que não gostara tanto assim da Super Four.
No meio do caminho, ela já não prestava tanta atenção aos aros dourados de 17 polegadas da 1300. Entupido, o carburador de sua 400 Four consumia toda a atenção. Entre um semáforo e outro, a moto dava pistas de que não resistiria. "Não confio nas motos antigas para viagens longas. Sempre usamos a V-Max", diz ela, fazendo menção à Yamaha 1996 do casal.
Mesmo assim, Giovanni não dá o braço a torcer: "Desde menino, sonhava em ter uma 750 K". Até realizar esse sonho, em 2004, teve mais de 20 motos. "Só CB 400 e 450 tive seis."

Semelhanças
É inegável a semelhança entre as CBs. Até o amortecedor traseiro de duplo choque está na 1300, devidamente ajustável por um reservatório de gás.
Giovanni pára sua 750 K e assume o guidom da Super Four. Cecília abotoa a jaqueta de couro preta, põe o capacete e se prepara para uma volta na garupa do marido. Lá vão eles, rumo a uma mudança de opinião.
O motor de 115 cv ajuda, mas o torque (força) de 12 kgfm poucas superesportivas têm.
Na volta, Giovanni deixa escapar um discreto sorriso pelo canto da boca, que anuncia: "Terei de vender minha V-Max para pegar essa CB. Que moto incrível". Mal sabia ele que a mulher vetaria: "Não o deixo trocar. Gosto muito da V-Max".

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