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Indiana TVS Apache quer ser CG Titan "premium"
Montada pela Dafra, em Manaus, moto de 150 cm3 tem porte, bom acabamento e custará R$ 6.290
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A HOSUR (ÍNDIA)
Uma viagem à Índia faz você
enxergar o Brasil de outra forma. Primeiro: o trânsito de São
Paulo é uma maravilha. A avenida 23 de Maio, por exemplo,
seria modelo de organização na
caótica cidade de Nova Déli.
Segundo: moto não é jegue.
Os fabricantes indianos fazem
motos para, no mínimo, três
pessoas. É comum ver cinco
pessoas, sendo duas crianças,
sobre "mopeds" -nome dado
às populares mobiletes de lá.
A Índia também faz você perceber que há algo de errado no
mercado brasileiro. Em qualquer grande país emergente,
vende-se muito mais moto do
que carro. No Brasil, é o oposto.
Em 2009, foram cerca de
3 milhões de carros e "apenas"
1,9 milhão de motos -na Índia,
venderam 7,6 milhões de motos e 1,5 milhão de carros.
"Mesmo assim, as previsões
apontam que o Brasil será o terceiro maior mercado de motos
do mundo, passando a Indonésia e atrás de China e Índia",
prevê Hardip Goindi, presidente de marketing da TVS.
Por isso a marca indiana investe no Brasil e monta, desde o
início de março, em Manaus, a
Apache RTR 150 com a Dafra.
"Na Índia, a Apache é uma
moto "premium'", afirma Goindi. Fácil de entender. Lá, as
"mopeds" imperam. Só há pouco começaram a produzir motos de 150 cm3.
No Brasil, será mais uma
concorrente um pouco mais
equipada da Honda CG Titan.
"Há cinco anos, a TVS não
tinha qualidade para entrar no
Brasil. Hoje temos 98% da qualidade das motos da Honda",
compara Venu Srinivasan, presidente mundial da TVS -tem
6% do mercado indiano e fabrica 1,5 milhão de motos por ano.
A Honda é líder mundial, fabrica anualmente 11 milhões de
motos, tem 46% do mercado na
Índia e 77% no Brasil.
China
De perto, a Apache chama a
atenção pelo acabamento. Tem
soldas benfeitas no quadro de
dupla trave e painel de moto
grande. Há velocímetro digital
e conta-giros analógico bem resolvidos, como os da Yamaha.
A Apache pode não ser conhecida, mas tem preço. Custa
R$ 6.290, já com partida elétrica, freio dianteiro a disco, rodas
pretas de alumínio e motor monocilíndrico de 14 cv.
Resumindo: é uma moto 150
com jeito de 250. É suficiente?
Creso Franco, presidente da
Dafra, acredita que sim. "Planejamos vender 2.500 motos por
mês. Até dezembro, queremos
emplacar 18 mil Apache."
A princípio, causa estranheza
o fato de a TVS ser vendida com
a marca Dafra. Afinal, as outras
motos (Kansas 150, Super 100 e
Laser 150) são feitas em CKD
(completamente desmontadas) com peças das marcas chinesas Locin, Lifan e Zongshen.
Para Franco, não haverá canibalização entre a Apache e a
Speed 150, de R$ 4.590. "São
preços diferentes. Há espaço
para as duas motos, como as
Honda Fan e Titan", compara.
O jornalista viajou a convite da TVS, que cedeu a
Apache para avaliação
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