São Paulo, domingo, 04 de abril de 2010

Texto Anterior | Índice

Indiana TVS Apache quer ser CG Titan "premium"

Montada pela Dafra, em Manaus, moto de 150 cm3 tem porte, bom acabamento e custará R$ 6.290

FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A HOSUR (ÍNDIA)

Uma viagem à Índia faz você enxergar o Brasil de outra forma. Primeiro: o trânsito de São Paulo é uma maravilha. A avenida 23 de Maio, por exemplo, seria modelo de organização na caótica cidade de Nova Déli.
Segundo: moto não é jegue. Os fabricantes indianos fazem motos para, no mínimo, três pessoas. É comum ver cinco pessoas, sendo duas crianças, sobre "mopeds" -nome dado às populares mobiletes de lá.
A Índia também faz você perceber que há algo de errado no mercado brasileiro. Em qualquer grande país emergente, vende-se muito mais moto do que carro. No Brasil, é o oposto.
Em 2009, foram cerca de 3 milhões de carros e "apenas" 1,9 milhão de motos -na Índia, venderam 7,6 milhões de motos e 1,5 milhão de carros.
"Mesmo assim, as previsões apontam que o Brasil será o terceiro maior mercado de motos do mundo, passando a Indonésia e atrás de China e Índia", prevê Hardip Goindi, presidente de marketing da TVS.
Por isso a marca indiana investe no Brasil e monta, desde o início de março, em Manaus, a Apache RTR 150 com a Dafra.
"Na Índia, a Apache é uma moto "premium'", afirma Goindi. Fácil de entender. Lá, as "mopeds" imperam. Só há pouco começaram a produzir motos de 150 cm3.
No Brasil, será mais uma concorrente um pouco mais equipada da Honda CG Titan.
"Há cinco anos, a TVS não tinha qualidade para entrar no Brasil. Hoje temos 98% da qualidade das motos da Honda", compara Venu Srinivasan, presidente mundial da TVS -tem 6% do mercado indiano e fabrica 1,5 milhão de motos por ano.
A Honda é líder mundial, fabrica anualmente 11 milhões de motos, tem 46% do mercado na Índia e 77% no Brasil.

China
De perto, a Apache chama a atenção pelo acabamento. Tem soldas benfeitas no quadro de dupla trave e painel de moto grande. Há velocímetro digital e conta-giros analógico bem resolvidos, como os da Yamaha.
A Apache pode não ser conhecida, mas tem preço. Custa R$ 6.290, já com partida elétrica, freio dianteiro a disco, rodas pretas de alumínio e motor monocilíndrico de 14 cv.
Resumindo: é uma moto 150 com jeito de 250. É suficiente?
Creso Franco, presidente da Dafra, acredita que sim. "Planejamos vender 2.500 motos por mês. Até dezembro, queremos emplacar 18 mil Apache."
A princípio, causa estranheza o fato de a TVS ser vendida com a marca Dafra. Afinal, as outras motos (Kansas 150, Super 100 e Laser 150) são feitas em CKD (completamente desmontadas) com peças das marcas chinesas Locin, Lifan e Zongshen.
Para Franco, não haverá canibalização entre a Apache e a Speed 150, de R$ 4.590. "São preços diferentes. Há espaço para as duas motos, como as Honda Fan e Titan", compara.
O jornalista viajou a convite da TVS, que cedeu a Apache para avaliação



Texto Anterior: Áudio 3D: XJ tem sistema de som usado nos estúdios Abbery Road, dos Beatles
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.