São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002

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PREVENÇÃO

A convite da Folha, instrutor de direção defensiva mostra como se comportar nas estradas a bordo de um carro 1.0

Ultrapassagem exige domínio do câmbio

Ricardo Hirae/Divulgação
Externamente, a única diferença entre o Polo 1.0 e as versões 1.6 e 2.0 é a inscrição "16V' na tampa do porta-malas; até a antena no teto e o aerofólio são iguais aos que equipam as outras versões


FREE-LANCE PARA A FOLHA

Fazer as pazes e entender o câmbio. Além dos especuladores do mercado financeiro, o dono de um veículo 1.0 que se aventura pelas rodovias nacionais tem de procurar seguir a dica acima.
O instrutor de direção defensiva Roberto Manzini, 46, alega que um carro com motor 1.0 não é tão ruim para pegar a estrada. "A única diferença é que o motorista tem de trabalhar mais o câmbio."
Para colocar a teoria em prática, Manzini aceitou o convite da Folha para pilotar um carro "mil" e mostrar as principais técnicas para fazer ultrapassagens seguras.
O local escolhido para a lição foi a rodovia Régis Bittencourt (BR-116). A reportagem usou um Chevrolet Corsa, um "popular", segmento que responde por mais de 70% das vendas do mercado.
"O essencial para ultrapassar caminhões não é necessariamente ter um carro potente, mas sim conhecer bem as faixas de rotação do motor. Isso auxilia o motorista a saber que marchas usar para executar a manobra", explica.

Dose certa
Essa informação consta no manual do proprietário. Nos veículos que têm conta-giros, aparecem as rotações que correspondem ao torque (força). Já nos carros que não possuem o equipamento, há sugestões de que velocidades podem ser usadas para cada marcha.
O instrutor lembra que outro aspecto importante é dosar velocidade e visibilidade. A regra pode parecer óbvia, mas nem todos costumam se lembrar: quanto maior a velocidade do tráfego, tanto maior a distância do seu carro para o da frente.
Frank Salewski, 37, instrutor de direção defensiva da Bodyguard, enfatiza que, numa rodovia de mão dupla, o risco é proporcional ao tempo que o veículo fica na pista contrária. "Justamente por isso é desaconselhável a ultrapassagem em curvas e declives, momentos em que o motorista não tem uma visão total da rodovia."
Como a orientação vale para toda situação, Manzini diz que, no caso de caminhões, o motorista deve calcular a ultrapassagem baseado na velocidade e na distância. "Evite andar próximo demais, pois, em frenagens de urgência, o carro pode ficar sem controle se tentar desviar."
Rodar com o carro vazio na cidade e, de repente, pegar a estrada com a família e suas bugigangas é mais uma condição que requer adaptação do motorista. O motor perde parte da agilidade. É preciso "dosar" melhor as marchas.
Para estimular o motorista a dominar melhor essas técnicas, nada melhor que o alto índice de ocorrências. Segundo a Polícia Rodoviária de São Paulo, nos primeiros seis meses deste ano já ocorreram mais de 30 mil acidentes nas estradas estaduais. Boa parte causada por ultrapassagens malfeitas. (ALADIM LOPES GONÇALVES)


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