São Paulo, domingo, 05 de março de 2000


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70º Salão de Genebra é dominado por "perigosas peruas" e esportivos

Reuters
O Opel Speedster foi eleito o conversível do ano durante o salão


LUÍS PEREZ
enviado especial a Genebra

O tema do 70º Salão de Genebra, "A Caminho do Terceiro Milênio", pode não ser original. Mas, ao que tudo indica, esse "caminho" exige um porta-malas avantajado em um carro superpotente.
É essa uma das tendências da exposição, aberta na última quinta-feira para o público, que reúne 275 expositores de 35 países. O exemplo maior vem da Alfa Romeo 156 Sportwagon, derivada do charmoso sedã da marca italiana.
Não deixa de ser um pouco decepcionante, além de reacender uma discussão muito em voga no Brasil dos anos 80: transformar um sedã classudo em perua torna o carro menos nobre?
Outra marca que passa à margem dessa polêmica é a Audi, que trouxe a Genebra a geração Audi Allroad Quattro. A meta é combinar o conforto e dinamismo dos carros de luxo com as qualidades de um fora-de-estrada.
Sim, a base é de uma perua A6 Avant, mas a vocação é de jipão, uma espécie de resposta ao X5, da BMW, ou ao V70 XC, da Volvo.
Uma das motorizações possíveis do novo Audi é um V6 (seis cilindros em "V"), biturbo 2.7, de 250 cv (cavalos) de potência. É de uma robustez perfeita para enfrentar as irregularidades do solo no Brasil. Mas a bandeira é o porta-malas, de até 1.590 litros.

Despertador
Após mostras mundiais um tanto insossas, com o Japão protagonizando um festival de carros-conceito (outubro) e os EUA já tendo sido sede de três exposições em 2000, parece que a Europa fez o mercado acordar, com novidades que podem estar circulando nos próximos meses.
Ainda entre as peruas, finalmente a Volvo atualizou a grade frontal de um dos seus mais interessantes modelos, a V70 XC -os limpadores de faróis "brotam" de um pára-choques escuro, que ajuda a dar um toque "off-road".
Frustrar um público conservador e cativo parece um dos grandes temores da Volvo, que traz um acabamento esmerado desde a costura dos bancos, parte de um interior cada vez mais americanizado -representado pela multiplicação de porta-copos.
Completa a nova safra de peruas "nervosas" a BMW Alpina B3 Touring, equipada com motor 3.3, de seis cilindros em linha.
Não faltaram novidades por parte da BMW. O novo esportivo M3 foi a maior delas.
O cupê, previsto para chegar ao Brasil em setembro, passou pela mesma remodelação dos outros carros da Série 3 -ganhou um visual mais agressivo, com quatro escapamentos na traseira, pneus mais largos, aerofólio dianteiro e novas saídas laterais de ar.
Seu motor, um 3.2 de seis cilindros em linha, ganhou ainda mais potência -passou de 321 cv para 343 cv. Entre as inovações tecnológicas, está um sistema de piloto automático que se encarrega de manter uma distância segura em relação ao veículo da frente.

295 km/h
Já que o assunto é velocidade, a Ferrari resolveu variar, abrindo mão do vermelho e apresentando o superesportivo conversível F360 Spider, na cor cinza.
Fruto de cinco anos de pesquisa e derivada da F360 Modena, a nova Ferrari é equipada com motor 3.6 V8, em liga de alumínio, que acelera de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e atinge uma velocidade máxima de 295 km/h. Páreo para ela só talvez o Porsche 911 Turbo.
E por falar em conversível, outra sensação de Genebra, a alguns metros da Ferrari, é o roadster Opel Speedster, com motor 2.2 de 147 cavalos, que acelera de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos.
Também estão na mostra o Astra Coupé V8 DTM e o Omega V8, com motor 5.7 de 315 cv. Mas a grande atração da marca, braço europeu da General Motors, é a minivan Agila, com motores 1.0 e 1.2. O modelo da Opel é "irmão" do novo Suzuki Wagon R+ -ambos foram desenvolvidos em conjunto entre GM e Suzuki.
Discussão inevitável: essa minivan é uma boa opção para o Brasil? Como não foi apresentado um suposto novo Corsa, a resposta é um sonoro talvez.


Luís Perez viajou a convite da Peugeot



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