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São Paulo, domingo, 06 de abril de 2003

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IMPORTADO

Outras sofrem mesma pressão, diz diretor da Abeiva

Suzuki encerra importações, mas afirma que marca não sai do país

DA REDAÇÃO

A Suzuki do Brasil anunciou, na última semana, o encerramento das atividades de importação e distribuição de automóveis no país. Para tranquilizar proprietários, a empresa afirma que as autorizadas permanecem prestando assistência técnica, serviços em garantia e fornecimento de peças.
"A marca não sai do país. Paramos com a importação de veículos zero-quilômetro", diz Ricardo Pellegrini, 40, diretor de vendas e marketing. Segundo ele, o número gratuito de atendimento ao cliente continua funcionando normalmente.
Pellegrini nega que a concorrência entre Grand Vitara e Chevrolet Tracker tenha contribuído para a decisão. De acordo com o diretor, os fatores determinantes foram a elevada taxa de câmbio e a alíquota de importação.
"Não existe indicativo de que a importação possa se tornar viável novamente. Mas também não posso afirmar que não vá acontecer", conta o executivo.
Com a decisão de a Suzuki sair do país, o recém-lançado Eco- Sport, utilitário esportivo da Ford, deixa de ter a concorrência do jipe Ignis -supostamente seu maior rival, se considerada a faixa de preço dos dois modelos, entre R$ 30 mil e R$ 40 mil.
De origem japonesa, a marca deixa o Brasil após 12 anos, quando a Suzuki do Brasil Automóveis Importação e Exportação iniciou as atividades. Bem-aceita no país, ficou conhecida pelos jipes, sobretudo o Vitara e o Grand Vitara. Em 1997, por exemplo, foram vendidos mais de 4.000 carros.
Em 2000, a linha foi ampliada, com o XL7, utilitário esportivo de maior porte, e o Ignis, voltado ao público mais jovem.
A Suzuki faz parte da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), bem como BMW, Ferrari, Kia, Jaguar, Maserati, Porsche e SsangYong. De acordo com Luiz Carlos Mello, 61, diretor-executivo da entidade, todas elas sofrem a mesma pressão que a marca de origem japonesa.
"O problema do importado não está apenas do câmbio, mas na alíquota de importação de 35%", afirma, citando Daewoo e Daihatsu como exemplos de marcas que deixaram o país há pouco tempo.
"Nossa expectativa é que o governo encare a questão de maneira menos dogmática, abrindo mais para a importação." Para o diretor, "o grande ganho de montadoras e mercado locais, que é a pressão dos importados [para o incremento tecnológico no Brasil", pode deixar de existir".
"Todos estão aqui com posição firme de continuar", diz, esclarecendo que a queda de vendas de 2001 para 2002 foi de 40%.
"Relutamos muito para decidir pelo encerramento de nossos negócios", lamentou o presidente da Suzuki no país, Toshio Ozawa. "Somos gratos a todos os que nos adquiriram nossos automóveis." (LUÍS PEREZ)


Suzuki do Brasil: 0800-121334.


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