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Feira de automóvel antigo atrai novos fãs
Em Águas de Lindóia, maior encontro de colecionadores do país reúne 300 mil pessoas, 20% a mais que em 2006
FABIANO SEVERO
ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE LINDÓIA
Qual é a diferença entre um
carro velho e um antigo? O início de uma grande inimizade
entre um colecionador de carros e um leigo pode ser chamar
um tipo pelo nome do outro.
Entre os entusiastas do antigomobilismo, diz-se que o carro velho é aquele caindo aos pedaços, quase sem recuperação.
Já o antigo, apesar de ter mais
de 30 anos, está conservado e
tem histórias para contar.
Mas como eleger o melhor
carro antigo do Brasil? Fábio
Steinbruch, autor do livro "Alguns Aspectos da História do
Automóvel no Brasil", diz que o
importante é o carro ter uma
aparência impecável, além de
peças originais ou condizentes
com o ano de fabricação.
"Também julgamos o quão
raro o carro é. Um Willys Itamaraty 1967, que só teve produzidas 25 unidades, em bom
estado é muito valorizado",
exemplifica Steinbruch.
Ele foi jurado na categoria de
carros nacionais do 12º Encontro Paulista de Autos Antigos,
em Águas de Lindóia (SP), que
terminou na terça-feira.
Segundo o organizador, Nilson Carratú, os leigos em carros antigos, em geral, preferem
os mais chamativos, que nem
sempre são os mais originais ou
bem restaurados da coleção.
"Esse ano, cerca de 40% das
inscrições foram de novos colecionadores", afirma Carratú.
Ele comemora o crescimento
de 20% em público e inscrições
no evento paulista, se comparado com a edição de 2006.
"Segundo a prefeitura de
Águas de Lindóia, cerca de 300
mil pessoas estiveram na cidade e viram os 700 carros."
Entre eles, nenhum foi tão
prestigiado quanto o Rolls-Royce Phantom I Roadster
1927, indicado por um júri com
30 conhecedores para receber
o troféu The Best in Show.
Carratú afirma que é difícil
calcular o preço de um carro
desses, mas as cifras podem
passar de R$ 300 mil.
Primeiro antigo
Os carros nacionais, que, para Carratú, são os responsáveis
pelo crescimento dos eventos
de carros antigos, são mais baratos. Dodge Charger, Chevrolet Opala, Puma e Volkswagen
Fusca -os mais procurados-
variam de R$ 2.000 a R$ 50 mil
(valor de um VW Golf novo).
Para Henrique Thielmann,
presidente da FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos), o iniciante deve superar a
tentação de comprar um antigo
importado, até em bom estado.
"É melhor optar por um nacional restaurado e, depois, freqüentar os encontros de antigos. Se, com isso, o dono tiver
certeza do hobby, aí deve investir em carros caros", conta.
Peças
"Hoje, já é possível comprar,
no Brasil, desde porcas até estamparias completas de antigos. Há peças da década de 20 à
de 70", afirma Denise Amaral
Felisoni, organizadora da feira
de peças do encontro paulista.
Para Steinbruch, esse mercado está inflacionado. "Há cinco
anos, as peças eram mais baratas, mas era preciso "garimpar"
nos ferros-velhos. Hoje, elas
são mais acessíveis, mas caras."
Thielmann diz que o governo
vê o antigomobilismo só como
hobby, não como cultura, como
acontece nos EUA e na Europa.
No Brasil, a Secretaria da Receita Federal permite a importação de peças usadas no valor
de até US$ 3.000. Também é
preciso pagar o Imposto de Importação, que é de 60% do total.
ONDE ENCONTRAR PEÇAS
Mineirão (0/xx/19/3845-2286)
www.minpe.com.br
Silva Parts (0/xx/11/3965-9200)
www.silvaparts.com.br
Atlas (0/xx/11/3331-7771)
Salim (0/xx/16/3965-1940)
Helios (0/xx/11/6521-2255)
Hélio Herbert (0/xx/11/4173-3383)
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