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BB1 faz smart parecer brutamontes
Meio carro meio moto, protótipo da Peugeot revive o centenário Bébé e antecipa tendência da mobilidade urbana
Rodas traseiras têm motores elétricos, que rodam 120 km com uma bateria recarregada em tomada comum
DO ENVIADO AO RIO
A carteira de habilitação
mostra categoria "AB". Pode-se guiar carro, moto ou qualquer coisa parecida. O BB1 é
coisa parecida.
O protótipo da Peugeot é
daqueles que você olha de
longe e pensa: "O futuro será, no mínimo, diferente".
Para alguns, o BB1 é feio.
Pior que o velho Ka. Mas isso
é o que menos importa.
Ele quer ser revolucionário, como qualquer carro (ou
moto-conceito) que se preze.
A ideia dos franceses foi
juntar duas scooters da Peugeot sob um teto curvilíneo
de acrílico para levar quatro
pessoas em apenas 2,50 m de
comprimento. Um feito!
Dito isso, 20 anos atrás, falariam que os projetistas ficaram doidos. Ou não...
Dentro, na frente, há dois
bancos de moto com encosto
e mais dois banquinhos de
plástico atrás. Daqueles duros e com o formato adaptável a diferentes nádegas. Coisa de concurso de design.
ORÁCULO
No BB1, o mais estranho é
dirigir (ou guiar). É preciso
domar um guidão de moto
mais sensível que qualquer
console ruim de videogame.
O Peugeot parece ler os
pensamentos do piloto e toma direções antes mesmo de
você decidir para onde vai.
Dá medo, no início. Depois
virá apenas angústia...
Cones à frente parecem
um desafio à coordenação
motora mal resolvida.
Para complicar, o acelerador é sensível como em nenhuma moto já produzida.
Explica-se: os motores elétricos de até 20 cv nas rodas
traseiras geram torque máximo instantaneamente. Qualquer triscada na acelerador,
é um pulo do corpo para trás.
E outro para frente quando
você desacelera de uma vez.
É uma tentativa desenfreada
de recuperar parte da energia
perdida na frenagem.
Mesmo assim, após 120 km
carregando os 600 kg do BB1,
a bateria de íons de lítio pede
arrego. A recarga em tomada
comum leva cerca de quatro
horas.
Goste ou não, o BB1 é ousado. Cria um futuro diferente
na cabeça de cada um que
odeia o trânsito urbano.
O jornalista FABIANO SEVERO viajou a
convite da Michelin
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