São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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BB1 faz smart parecer brutamontes

Meio carro meio moto, protótipo da Peugeot revive o centenário Bébé e antecipa tendência da mobilidade urbana

Rodas traseiras têm motores elétricos, que rodam 120 km com uma bateria recarregada em tomada comum

DO ENVIADO AO RIO

A carteira de habilitação mostra categoria "AB". Pode-se guiar carro, moto ou qualquer coisa parecida. O BB1 é coisa parecida.
O protótipo da Peugeot é daqueles que você olha de longe e pensa: "O futuro será, no mínimo, diferente".
Para alguns, o BB1 é feio.
Pior que o velho Ka. Mas isso é o que menos importa. Ele quer ser revolucionário, como qualquer carro (ou moto-conceito) que se preze.
A ideia dos franceses foi juntar duas scooters da Peugeot sob um teto curvilíneo de acrílico para levar quatro pessoas em apenas 2,50 m de comprimento. Um feito!
Dito isso, 20 anos atrás, falariam que os projetistas ficaram doidos. Ou não...
Dentro, na frente, há dois bancos de moto com encosto e mais dois banquinhos de plástico atrás. Daqueles duros e com o formato adaptável a diferentes nádegas. Coisa de concurso de design.

ORÁCULO
No BB1, o mais estranho é dirigir (ou guiar). É preciso domar um guidão de moto mais sensível que qualquer console ruim de videogame.
O Peugeot parece ler os pensamentos do piloto e toma direções antes mesmo de você decidir para onde vai.
Dá medo, no início. Depois virá apenas angústia...
Cones à frente parecem um desafio à coordenação motora mal resolvida.
Para complicar, o acelerador é sensível como em nenhuma moto já produzida. Explica-se: os motores elétricos de até 20 cv nas rodas traseiras geram torque máximo instantaneamente. Qualquer triscada na acelerador, é um pulo do corpo para trás.
E outro para frente quando você desacelera de uma vez. É uma tentativa desenfreada de recuperar parte da energia perdida na frenagem.
Mesmo assim, após 120 km carregando os 600 kg do BB1, a bateria de íons de lítio pede arrego. A recarga em tomada comum leva cerca de quatro horas.
Goste ou não, o BB1 é ousado. Cria um futuro diferente na cabeça de cada um que odeia o trânsito urbano.

O jornalista FABIANO SEVERO viajou a convite da Michelin


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