São Paulo, domingo, 06 de junho de 2010

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Só franceses apostam no diesel

Para Citroën, futuro combinará motores elétricos e a diesel, combustível ruim no Brasil

Americanos e japoneses investem nos motores a gasolina e elétrico, mas não sabem o que fazer com as baterias velhas

DO ENVIADO AO RIO

É difícil apontar que os carros a diesel serão o futuro. Americanos e japoneses nunca aderiram ao combustível e, há anos, optaram pelos carros elétricos ou híbridos "normais" -combinam motor a gasolina e elétrico.
Os europeus, porém, adoram o diesel. Os franceses, mais ainda. Hoje, 70% dos automóveis vendidos na França são movidos a diesel. Não por acaso a PSA Peugeot-Citroën investe tanto. A aposta agora é o Hypnos.
Por definição, ele é o primeiro "crossover" da Citroën, que aproveita a plataforma do sedã C5.
Até aí, pouca novidade. Sob o capô, está um motor 2.0 com injeção direta de diesel, filtro de partícula e potência de 200 cv (147 kW). De novo, nada de novo.
O pulo do gato está no motor elétrico instalado no eixo traseiro. Ele rende 50 cv a mais e tem câmbio automatizado de seis marchas.
Segundo a Citroën, isso permite bom desempenho (0 a 100 km/h em 9,4s) e baixos níveis de consumo e de emissões. Roda 22 km/l e emite apenas 120 g/km de CO2, limite de emissões até 2012 para carros na Europa.
Especialistas, porém, afirmam que o diesel é coisa do passado. "O carro elétrico já é uma realidade. Nem os híbridos terão espaço em um futuro próximo", afirma Pietro Erber, presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos).

CEMITÉRIOS
Praveen Kedar, gerente do programa global de "fuel cell" da GM, disse à Folha que os carros "verdes" evoluem em três estágios: híbridos (motor a gasolina e elétrico), totalmente elétricos e células de hidrogênio. "Este será viável em 2022", prevê.
Seu problema está no preço do motor e na parca rede de postos com hidrogênio a altíssima pressão.
Antes disso, as montadoras precisam resolver o que farão com as baterias velhas dos carros híbridos -o Toyota Prius, por exemplo, foi lançado nos EUA em 1997.
Há estudos para criar uma espécie de cemitério de baterias. "Ligadas em rede, elas podem gerar energia para alimentar algumas casas", afirma o engenheiro.
(FABIANO SEVERO)

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